25 abril 2007

pão
bolachas
batatas pacote
douradinhos
bases pizza
chocolate preto
água pequena



é isto que sinto que a minha vida se tornou. uma lista de supermercado. hoje de manhã, na rua, a caminho do trabalho, foi o que me ocorreu.
a rotina de apanhar o metro, ver as horas quando na realidade já sei que estou atrasada e que amanhã também vou estar, entrar no sítio de sempre, fazer as coisas de sempre e beber um café para fingir que vario alguma coisa está-me a afectar. não sei se é de ter estado a trabalhar muitos dias seguidos - estou a fazer doze dias consecutivos para ter as folgas na altura que me dá mais jeito (não que me tenham obrigado, fui eu que decidi) - , mas estou-me a sentir num estado de cansaço e principalmente desânimo que não me agrada.
por pouco peso decisório que a minha função tenha, dá-me gozo poder resolver os problemas das pessoas e hoje senti isso outra vez. nos últimos dois dias estive a fazer a função burocrática das burocráticas: corrigir registos com enganos, e hoje, que voltei à função normal, senti a diferença.
ainda assim o cansaço toma conta de mim. afecta-me porque me rouba o brio, a razão por que os meus colegas gozam comigo porque escrevo "signatário" em vez de "a pessoa que assina" e porque agradeço a documentação que mandam.
deixo de querer saber, sou só competente e estou quase ausente - ontem ia adormecendo - e já tenho de fazer esforço para estar bem-disposta com os meus colegas.

sou uma lista de supermercado. sem grandes ambições, resolvo as necessidades do momento e não quero que dêem por mim.
o emprego em que estou é mal pago, mas isso nunca me afectou até não quererem saber de nós. sejamos francos, nunca pensei que nos fossem pagar grandes coisas nem esperei que nos dessem grande atenção. mas o respeito é diferente.
o respeito é daquelas coisas que para mim é o mínimo. é das que me tiram do sério. aturo estupidez, mas não aturo falta de respeito.

há dias piores e dias melhores. tenho-me apercebido de que, à revelia do que eu quero acreditar, a realidade parece-se com o que ouço dizer. os meus superiores vivem numa névoa relativamente difusa em relação ao que nós fazemos, suficiente para darem directrizes mas jamais para conhecerem de facto quais são os problemas. isso era expectável. o que me magoa é recusarem o contributo de quem manipula a realidade para os resolverem. é quase autística, a maneira como se recusam a deixar entrar seja o que fôr e repetem à exaustão o que querem sem pensar em maneiras de o fazer acontecer. exigem cegamente sem darem nada em troca.
como disse, há dias piores e dias melhores. escrevi um e-mail de sugestões simples e - creio eu - assertivas para nos facilitar e melhorar a vida, face à sugestão da supervisora. fiquei contente por saber que ela o encaminhou para quem de direito.

talvez esteja só a precisar de férias, mas custa-me muito sentir que não estou a ser valorizada. que estou a ser desvalorizada. não preciso que gostem de mim, mas preciso que me levem a sério.

desculpem o desabafo.

24 abril 2007

quebrar com o passado




vejam lá se sabem quem é.

22 abril 2007

orgia consumista

alguém quer ir comigo ao stock market no fim-de-sema que vem? olha o link: Stock Market