30 dezembro 2007

life

ontem cheguei a casa às 7 da manhã.
foi o culminar de um jantar que se pode dizer que foi motivado pela minha saída da Vodafone. a brincar a brincar, trabalhei lá 11 meses.

fomos poucos mas verdadeiramente bons. foi reconfortante para mim ver que conheci e criei ligações com pessoas de quem verdadeiramente gosto, ali.

também é bom sentir que às vezes tocamos mesmo a vida das pessoas, mesmo que elas se apercebam só quando nos perdem de alguma maneira.

eu sou retraída. desde sempre que me lembro de uma sensação contínua de me sentir a mais em quase todos os contextos.
ontem, por vontade do meu bem-acompanhado grupo, fomos sair. fomos dançar para sítios daqueles com luzes repetitivamente intermitentes, ambientes artificiais e música sintética às cores. as pessoas não parecem reais. ou lembram-nos dolorosamente que são reais, parecendo espectadores do próprio espectáculo.
nesta fauna tão diferente de mim, eu diverti-me. não sem um considerável período de habituação - afinal, eu não posso sair da minha pele - , mas dancei e até ganhei um fã, cuja acuidade visual e sentido estético não discutiremos agora.

este improvável resultado fez-me pensar na minha vida. não da maneira dramática como por vezes me falam dela, mas na direcção geral que ela toma - que eu lhe dou, confessemos - e nalgumas pitstops que devia fazer.

sou bastante convicta de que sou mais do que dou ao mundo a ver. ainda não estou bem certa se essa é uma batalha que quero travar ou não.

ainda assim, neste momento a incerteza parece-me produtiva. sou capaz de mais do que pensava e não sabia. posso confiar mais em mim do que pensava.


mas não me peçam para deixar de ser eu.