25 janeiro 2007

os pais, a criança e a justiça






não sei se conhecem a história do rei salomão, mas parece-me que é isto que se está a passar com o caso da menina adoptada, dos pais biológicos e do pai adoptante.


Judgement of Solomon

The judgement of Solomon is a metaphorical expression for a decision which destroys the subject matter of a dispute rather than allowing either disputing party to share in it.
The saying is based upon the Biblical passage in 1 Kings 3:16-28, where two new mothers approach Solomon, bringing with them a single baby boy. Each mother presents the same story - she and the other woman live together. One night, soon after the birth of their respective children, the other woman woke to find that she had smothered her own baby in her sleep. In anguish and jealousy, she took her dead son and exchanged it with the other's child. The following morning, the woman discovered the dead baby, and soon realised that it was not her own son, but the other woman's.
After some deliberation, King Solomon calls for a sword to be brought before him. He declares that there is only one fair solution: the live son must be split in two, each woman receiving half of the child. Upon hearing this terrible verdict, the boy's true mother cries out, "Please, My Lord, give her the live child - do not kill him!" However, the liar, in her bitter jealousy, exclaims, "It shall be neither mine nor yours - divide it!" Solomon instantly gives the baby to the real mother, realising that the true mother's instincts were to protect her child, while the liar revealed that her only motivation was jealousy.
[from wikipedia]

14 janeiro 2007

de volta

olá, meus amigos

tenho estado um bocado ausente, como têm reparado. estou a preparar os preparativos para a defesa da monografia e tenho essencialmente estado em casa, a trabalhar ou a descansar. estou a fazer os slides para a apresentação e pode ser que depois vos mostre.
por falar em trabalhar, tenho estado à procura de emprego. vou procurar um trabalho que não seja demasiado pesado e tirar umas "fériazinhas" da psicologia, pois sinto que estou demasiado saturada e isso transforma as coisas num fardo, coisa que não quero. assim, vou trabalhar um bocadinho noutra coisa qualquer e ganhar um bocadinho de dinheiro, já a pensar numa casinha minha. gostava muito de ir viver sozinha, é um projecto meu para este ano.

ainda de olho no emprego - e na psicologia - fui aproveitar os saldos e comprar alguma roupinha 'de adulta', para entrevistas de emprego, já que já fui a duas. é curiosa, esta coisa dos trapos velhos, porque é uma verdadeira mudança de identidade. e eu sinto-me mesmo com um pé cá e outro lá. já no estágio me foi difícil montar uma guarda-roupa que não fizesse de mim mais miúda do que eu já sou e que também não fosse uma capa artificial e com ar de croma, como algumas miúdas que vi lá. sinto-me extremamente desconfortável com roupa com que não me sinto confortável (desculpem a redundância) e é algo de que não me consigo abstrair. fico self-conscious, como dizem os ingleses.

de qualquer maneira, depois de muitas horas de ponderação decidi comprar uma camisa que estava a namorar, apesar de não me ficar muito bem. é padrão houndstooth, muito adulto :P, e naquele tecido tipo cetim que está na moda este ano.




padrão houndstooth



odeio ser superficial, mas ultimamente tenho-me consciencializado de que estas coisas são importantes - na importância que têm - para uma pessoa se sentir bem, principalmente bem consigo própria. é-me muito difícil sentir que por fora não bato certo com o que sou por dentro e tenho-me desfeito de preconceitos sobre mim própria e dado asas a isso. a vida é curta e há que vivê-la. qual é o impacto de uma camisa foleira na vida? especialmente se estiver feliz enquanto a uso.

enfim, depois deste discurso hippie-esquizo-alegria, certifico-vos de que estou bem. não vi a luz nem vou fazer uma viagem de mochila às costas pela índia.


PS - ah, para quem me esqueci de dizer, ganhei um computador novo :)




13 janeiro 2007

voltando à rubrica uma música por dia :)

gosto especialmente da letra desta música





sunny came home, shawn colvin



sunny came home to her favorite room
sunny sat down in the kitchen
she opened a book and a box of tools
sunny came home with a mission

she says days go by I'm hypnotized
I'm walking on a wire
I close my eyes and fly out of my mind
into the fire

sunny came home with a list of names
she didn't believe in transcendence
it's time for a few small repairs, she said
sunny came home with a vengeance

she says days go by I don't know why
I'm walking on a wire
I close my eyes and fly out of my mind
into the fire

get the kids and bring a sweater
dry is good and wind is better
count the years, you always knew it
strike a match, go on and do it

days go by I'm hypnotized
I'm walking on a wire
I close my eyes and fly out of my mind
into the fire
light the sky and hold on tight
the world is burning down
she's out there on her own and she's alright
sunny came home
À custa de malabarismos dos juízes?


" Aborto: cartaz do PS é «fraudulento»
CDS quer retirada da campanha que «transmite a ideia de que está em causa manter a prisão»

O CDS-PP desafiou esta quarta-feira o PS a retirar um cartaz que considera «fraudulento» no apelo à despenalização do aborto e exigiu ao ministro da Justiça que esclareça se existem em Portugal mulheres presas pela prática de aborto.
O cartaz do PS em causa, que está na rua desde terça-feira, contém apenas uma pergunta: «Abstenção para manter a prisão?».
«O CDS-PP protesta pelos cartazes lançados pelo PS na pré-campanha para o referendo em que se transmite a ideia de que está em causa manter a prisão, o que constitui, como toda a gente sabe, uma completa, redonda e grosseira falsidade», acusam os democratas-cristãos, num comunicado da comissão executiva do p artido.
Para o CDS-PP, o referendo de 11 de Fevereiro «incide sobre a liberalização do aborto a pedido até às 10 semanas e sua legalização, introduzindo o aborto livre no sistema de saúde».
«Não há em Portugal uma só mulher em situação de prisão por crime de aborto. E muito menos se conhece um qualquer caso de prisão por aborto a pedido até às 10 semanas, como está em causa concretamente no próximo referendo», sublinham os democratas-cristãos.
Por outro lado, acrescentam, «o projecto de lei subjacente ao referendo manteria uma penalização e criminalização do aborto a partir da 11ª semana».
«O cartaz do PS constitui, assim, um apelo fraudulento de um "Sim irresponsável"», conclui o CDS-PP, exigindo esclarecimentos sobre esta matéria ao ministro da Justiça, Alberto Costa.
«Face ao desplante do PS e para que não restem quaisquer dúvidas, é obrigação do ministro da Justiça esclarecer de imediato os portugueses sobre quanta s mulheres estarão eventualmente presas em Portugal por crime de aborto, ou não, e especificamente em prisão por aborto praticado até às 10 semanas», desafiam.
O CDS-PP exorta ainda os socialistas a retirarem o cartaz em causa e a «renunciar a técnicas indignas e vergonhosas de publicidade enganosa, declarando publicamente que não repetirão, nem reincidirão no escândalo da técnica da mentira», que os democratas-cristãos consideram ter sido utilizadas pelo PS nas elei ções legislativas de 2005, em matérias como impostos e portagens nas auto-estradas (SCUT). "


P.S. Como prometi, neste blog aparecerão depoimentos de ambos os lados da "barricada". Devo dizer que este argumento é um dos que me parecem mais ilustrativos de uma política de avestruz em relação ao problema. Porque não existem mulheres presas? Porque, sejamos claros, em diversas ocasiões a lei foi "torneada" com diversos pretextos. O que não deve acontecer às leis, pois não? Será de a manter e esperar de quem a aplica a violação de dignidade e competência profissionais para evitar o que horroriza ambos os lados por razões diferentes, a saber, a prisão das mulheres? E basta sair do tribunal em liberdade para esquecer tudo o que de sinistro aconteceu durante o processo? Ou deveremos substituir as penas de prisão por "estágios de reeducação moral" para as condenadas? A argumentação baseada na brandura da aplicação da lei cheira a caridadezinha..., à custa, não do bolso, mas do fechar de olhos de outros! Modificada ou não, cumpra-se a lei, sob pena de a ridicularizarmos e à Democracia por arrasto.



-- outra vez in murcon

07 janeiro 2007

NÓS.


Um outdoor da campanha para o Referendo fez-me pensar. Nele se pergunta se estamos dispostos a que o dinheiro dos nossos impostos vá para clínicas que farão abortos. Que sociedade permitimos que crescesse? Todos nós, adeptos do sim e do não? Com receio que as abordagens religiosa, ética, de saúde pública, legal, etc... não chegassem, alguém sacou da manga um argumento que cala fundo em cérebros pós-modernos e endividados - querem ser vocês a pagar? Quando se recorre ao bolso e à carteira para defender a Vida, diz-se alguma coisa acerca da sociedade em questão, a saber, acerca da sua hierarquia de valores. Eles não são apenas indiscutíveis, mas também caros! Pobres de nós - vou repetir - nós todos... - quando tal argumento faz sentido numa discussão destas:(.



-- in murcon