16 abril 2010

Hoje, como quase todos os dias, ao chegar à escola, para ir buscar os meus filhos, dou comigo a pensar que é um milagre não ter um acidente por adormecer ao volante. Invariavelmente o sono instala-se e sei que vou a conduzir no limite da vigilia.
E isto é constante, embora às vezes o sinta de forma mais forte e outras menos. Conclusão: quando estou com os meus filhos, eles já me apanham numa fase do dia em que estou francamente em perda, com menos paciência e dando menos atenção do que eles "pedem", o que é injusto...para todos.
Depois fica a ideia de que esta vida que levamos tem de ter algum problema na forma como a regulamos, porque a verdade é que o corpo nos pede mais descanso. E acredito que isto é geral, não tem só a ver com o meu horário muito matinal e que depois se estende pelo dia fora. Hoje comecei a trabalhar às 7 e saí pelas 17, não almoçando como deve ser, sequer. Há gente que trabalha muitas mais horas e com muito mais sacrifício e eu só posso admirar a forma como se aguentam à bronca, sinceramente.
Acho que realmente, há qualquer coisa aqui que não bate certo, e que andamos todos a perder qualidade de vida, em nome não sei bem de quê.
O que eu sei é que todos os dias se abate esta soneira pesada sobre o final de tarde, e que, depois de um dia intenso, trabalhoso e de rotinas mais ou menos repetitivas, uma pessoa fica a pensar que os dias não são isso tudo que deveriam ser, e que a responsabilidade é nossa.

-- via dias úteis

1 comentário:

Raquel disse...

Temos uma taxade natalidade ridiculamente baixa.

Não é só o facto dos putos de hoje serem completamente indisciplinados ao ponto de ninguém com escolha querer ter de lidar com 'aquilo'.

É mesmo o terem falta de tempo para tratar deles. Eu tenho alturas que mal tenho tempo para tratar de mim, quanto mais se tivesse alguém à minha responsabilidade.

E o problema é cíclico - os putos de hoje em dia sao indisciplinados em parte (*só* em parte - há N outros factores que se metem aqui que fazem com que os putos sejam umas bestas, como por exemplo os paizinhos não terem mão firme) porque os pais não têm tempo para estar com eles, para lhes ensinar as coisas, e preferem comprar afecto oferecendo-lhes tudo já que não têm tempo para formar os laços que deviam.