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16 maio 2010

porque já me perguntaram, aqui vai uma pequena lista de coisas que me podem oferecer nos anos (in no particular order):


  • um leitor de mp3 de capacidade modesta (4 GB chega), para eu refrescar a minha musicalidade. estou stuck in a rut há 2 anos e o meu outro está ligado à máquina. NÃO TEM DE SER UM IPOD!
  • o DVD de "Eternal Sunshine of the Spotless Mind", disponível na Fnac por apenas 5.99€ !
  • vários livros da secção de Design da Fnac, incluindo um chamado «Make Stuff»
  • aquelas coisas de massagens em spas, i really need that.
  • um vale da Sephora
  • um vale da H&M (eles têm?)
  • um vale da Zara
  • sapatos. calço o 38. ocorre-me a Zilian, assim na loucura. (é ao lado do corte inglês, eu levo-vos lá se for preciso)
  • uma anuidade do cartão Medeia Card
  • uma bicicleta
  • um vale da Body Shop
  • se me quiserem dar livros: «Transa Atlântica», de Mónica Marques

à medida que me for lembrando de mais coisas, vou actualizando.

30 abril 2010

OMG, almocei em casa e não sentada num transporte público! O quê?! Hoje só trabalhei num sítio?! A Terra está prestes a girar ao contrário!




Sobremesa para almoço com mamãe - check! 
Lavar louça - Check! 
Decidir fatiota para casamento vindouro - check! 
Tratar de assunto no Portal das Finanças - Fail!(their fault)





E agora, relaxar a ver Glee, a minha nova adicção!


-- a minha cantora favorita da série

22 abril 2010

estas duas últimas semanas não estão a ser fáceis. não tenho nenhum motivo especial para o justificar. sinto-me especialmente cansada sem que a rotina se tenha alterado e sinto também que não estou a conseguir entrar numa rotina, o que é um contra-senso ao fim de um mês em que senti que tinha perfeitamente entrado na engrenagem.
no trabalho, as coisas não têm estado a correr pelo melhor. estou a substituir uma colega à pressão e sem ter sido avisada com a devida antecedência, que é das situações que mais me irritam. horários que parecem aleatórios, responsabilidades que não cumpro porque as deconhecia, colegas com má cara e eu com a mania da perseguição. sim, também é verdade que não tenho sido uma santinha, mas não acho que fosse o suficiente para fazer diferença.
chateia-me, irrita-me, zanga-me comigo mesma também a persistência da minha dificuldade em enfrentar as pessoas, o optar pela saída mais fácil e ser uma criança em vez de uma adulta. depois admiro-me por ser sempre a última a saber, mas sei que contribuo para isso.
se querem soluções, podem parar de ler aqui. este post não faz sentido e está mal escrito. nem isso consigo fazer e também me chateia.
esta manhã, em conversa, o instrutor de condução disse em brincadeira que a minha vida do dia-a-dia está planeada em papel milimétrico, e teve tragicamente razão. está tudo encaixado em blocos que encaixam ali e só ali e isto é algo que me angustia profundamente. hoje ia no autocarro a olhar insensível pela janela fora a pensar se isto seria frescura minha ou se ter uma vida confortável é um desejo legítimo que a organização social que [voluntaria ou involuntariamente] criámos tornou proscrito por ser incompatível com os 'objectivos' que é suposto cumprirmos e que me parecem ir muito além do razoável e do saudável - no limite, do produtivo, o que é irónico.
todos os dias me recrimino por ser desorganizada, diletante, por vezes preguiçosa e por fazer um bocadinho de auto-sabotagem. mas quando olho para trás sei que páro e adio e faço de conta que amanhã vou ter super-poderes que não tenho hoje porque só quero descansar um bocadinho e fingir que não tenho de me preocupar. no fundo, o que eu faço é a recusa da realidade, porque me recuso a acreditar que tenho de fazer este esforço enorme (as coisas têm a medida da vida de cada um) para conseguir tão poucochinho, que é não mais do que o normal. recuso-me a aceitar que o normal é isto. não quero ter este tipo de vida, não quero ser este tipo de pessoa, não quero ser esse tipo de pessoa para os meus filhos hipotéticos-imaginários. quero ter tempo e, mais que isso, disponibilidade para lhes explicar conceitos que ainda não têm idade para compreender mas que insistem em perguntar. quero deixá-los com vontade de saber, ao invés de desistirem de perguntar porque já sabem que não vão obter resposta porque eu não tenho paciência para pensar quando eles me perguntam alguma coisa - mas tenho quando o meu chefe telefona a perguntar coisas fora de contexto fora do meu horário de trabalho.
este texto está tão foleiro, meu deus. parece que já nem sei escrever em português. mas o meu inglês também não é assim tão bom. é só angústia.

sinto-me desiludida por desistir de pequenas coisas todos os dias, o que me provoca a sensação de nunca ser a pessoa que quero ser e sentir-me [quase] sempre desconfortável na minha própria pele em nome do mais simples, lógico, confortável ou prático. tudo tem de ser prático. tudo tem de ser o mínimo possível e o mínimo tem-se tornado muito cansativo, ultimamente.

em resumo, e por ridículo que isto seja, não gosto de ter de arranjar um horário para pintar as unhas quer me apeteça ou não. e depois claro que não me apetece, porque é obrigada. e depois zango-me porque sei que tiham ficado mais bonitas e que isso até me ia fazer sentir mais bonita e só vou voltar a ter tempo daí a uma semana.

... preciso de tempo para respirar.


entretanto, aconteceu-me uma coisa engraçada. um filme que uma amiga me... disponibilizou... pensei que tinha saído há muito tempo, porque não sabia que existia. descobri então que estreou na passada quinta-feira (oops), o que me deixou a sentir muito avançada e moderna e actualizada, para compensar o real atraso que tenho no que diz respeito a filmes / música / artistas dos dois últimos anos.
lá me dispus a ver a cena porque tem a ver com um livro que ando a ler e que já tinha pensado «por que é ainda ninguém se lembrou de fazer um filme disto?! merece!». o filme é Dorian Gray, baseado no livro de Oscar Wilde "O Retrato de Dorian Gray"
ainda nem vou a meio do livro e infelizmente não estou a ler a obra em Inglês, mas posso dizer que o filme fica muito atrás do livro. a história foi adulterada em aspectos que considero muito importantes ainda que não espalhafatosos. falta o ambiente geral em que se desenrola a história: no livro, Dorian Gray é um jovem muito mais inocente e reticente do que no filme, em que é retratado quase como um campónio na cidade grande, coisa que não acontece em parte nenhuma da obra literária. tenho pena de dizer que o filme tornou a história mais básica para ser mais fácil de contar, o que  desafortunadamente também a tornou mais previsível. há partes do enredo que foram simplesmente obliteradas e outras que foram acrescentadas só porque sim. a personagem de Dorian tem falta de profundidade e a de Lord Wotton é caricatural e fácil - parece que já vimos aquela personagem numa série de outros filmes, apesar de Colin Firth ter alturas em que está bem com o underacting. o pintor Basil Hallward mal existe, o que é estranhíssimo tendo em conta dois factores: 1) ele contribui sem saber e ainda que de maneira discreta para a tensão que acompanha toda a história ; 2) desenrolam-se acontecimentos mais à frente que justificavam a sua presença mais... insistente.
as cenas de sexo são giras e até imaginativas, mas chega a uma altura em que enjoam. não acrescentam nada à história, já percebemos.
o quadro, peça central da história, foi trazido à vida (isto existe?) de uma maneira muito triste, como se de algo sobrenatural se tratasse, quando, a meu ver, no livro não é nada disso que se pretende. a mudança do quadro - e não vou acrescentar mais para não estragar a quem quiser ler o livro - é assustadora porque é real, simplesmente enigmática.
há um verdadeiro twist na história - ainda não cheguei a essa parte no livro, mas espero que seja verdade - , com a bonita Rebecca Hall, de Vicky Cristina Barcelona, a fazer um impressionante sotaque britânico.

e pronto, é isto. 
voltamos a falar quando eu tiver alguma coisa para dizer.

18 abril 2010

a infância é para levar a sério

esta manhã fui à Ilustrarte (último dia!) e foi óptimo, como sempre. fiquei orgulhosa por não ter desistido apesar do tempo feio, do meu humor de domingo de manhã e de não ter companhia.

não vou alongar-me sobre o assunto, mas adoro ver a ilustração para livros infantis ser levada a sério e como arte. tratar as crianças como inteligentes e dar-lhes a apreciar algo estético, por oposição a apenas aparvalhado, nem que seja só para os adultos que lhes compram/lêem/oferecem os livros.

fiquei apaixonada por alguns ilustradores, como Wolf Erlbruch, que deve ser importante, pois tinha uma secção dedicada só a ele. como explicar? para além de as histórias que ilustra serem geniais, desenha a morte mais fofinha de sempre: a Morte anda de camisa de dormir e dá as mãos a um pato. esta ilustração não é o melhor exemplo, mas a personagem aparece noutras histórias, como «A Grande Questão», em que uma criança indaga porque é que está no mundo, e é insuperável.




loves.

17 abril 2010

não tenho 40 anos mas concordo


Os kidadults

Este ano faço 40 anos. Para mim a palavra obrar significa fazer cocó, mais nada. Não tenho um único amigo que considere um obreiro, um esforçado, um empreendedor, acho a minha geração uma caca de geração sem força. Um achismo como qualquer outro, sujeito ao vosso juízo, mas esta gaja hoje tá parva? Estou. Devo estar. E também estou a passar por uma segunda adolescência brava e só vejo malucos e maluquice à minha volta, vamos lá a acordar ou andamos todos aqui aparvalhados da fluoxetina? Indo um bocado mais longe, acho que somos todos uma cambada de fodidinhos da cabeça. Eu sei que isto não é bonito de se dizer, mas deixem lá a cerimónia e o respeito um bocadinho e oiçam. A nós venderam-nos gato por lebre, umas ideias malucas, malucas, malucas. Em 1982 isto ia ser tudo paletes de felicidade e esperança e guito, guito, muito guito a entrar pelas fronteiras e pelas estradas, guito que hoje não há a recompensar trabalho que também não há. O meu pai até comprou um Citroen GSA Pallas que subia a carroçaria quando se ligava. Um luxo, acreditei que quando chegasse a minha altura o meu carro ia voar. O meu carro hoje não voa, mas também não fui eu que o comprei. Herdei-o. A minha tia, da geração anterior à minha e que se fartou de bulir, morreu, em seis meses, com um câncer. Hoje um engenheiro recém formado no Rio ganha três vezes mais que o parvo do Tuga explorado. Isto é uma desgraça um paisinho de merda. Como é uma desgraça vivermos quase todos com mil euros por mês, depois de nos terem enchido os ouvidos com inanidades deste calibre, Mónica Maria, homens e mulheres são iguais, aprende e vive com isto. Onde é que já se viu tamanha palermice? Só na cabeça dos nossos pais. Perguntem a um norueguês, hoje com 40 anos, o tipo de mulher que esta brincadeira produziu. E ele mostrar-lhes-á uma mulher-homem que não sabe ser mulher-mulher, toda tonta e com carta de pesados. Foi-nos vendido um sonho de consumo totalmente irreal criaram em nós expectativas, que agora, chegados aos quarenta, estamos fartos de saber que não podem ser realizadas, esta merda não está a bater certo para quem cresceu a ver os desenhos animados búlgaros, do Vasco Granja, nem para quem aprendeu a votar, de braço no ar, as tropelias dos amigos, no Externato Fernão Mendes Pinto. Somos uns meninos mimados, os filhos do centrão e dos centros comerciais maiores da Europa, das viagens a Espanha no Verão, sem ter que passar pelas apalpadeiras na fronteira do Caia, os meninos que viram aparecer as primeiras televisões a cores, os primeiros vídeos e aquelas iogurteiras que ao fim de um mês perdiam o uso porque faziam os piores iogurtes do mundo. Não, talvez o pior fosse aquele que crescia de uma nhanha de uma planta romena, em tipo fungo. Também comi. E agora gosto de homens com barba de três dias e só me sinto bem quando faço bigodinhos de Hitler, na depilação. Tive sempre bolachas em casa, queijo flamengo, Nesquick, papa Cerelac, Pensal de Chocolate e Nestum Figos e Mel. Tomei óleo de fígado de bacalhau, tinha discos do Sérgio Godinho, do Chico Buarque, dos Bee Gees e do Fernão Capelo Gaivota. Bebia Coca Cola, jogava ténis no CIF e tinha semanada. Os meus pais foram disfuncionais q.b., mas ainda falo com eles e gosto dos dois, usei farda no colégio, meias azuis escuras até ao joelho lolita sexy, andei muito com saias kilt que picavam e de gola alta, igualzinha ao meu irmão. Aprendi a viver no meio, na zona cinzenta, à espera que tudo viesse ter comigo. E vem. A gente esforça-se mas esforça-se pouco. A gente luta, mas luta pouco, a gente quer tudo, porque sempre tivemos tudo, mas não temos os guts. Estamos cansados do sonho da treta europeia, queremos ser fazendeiros no Facebook, usar cuecas boxer do Scoobie Doo, comprar uns All Star amarelos aos 39 anos e que nos deixem em paz, adulthood as lost its appeal. Antigamente as pessoas queriam crescer e sair de casa e casavam com energúmenos e energúmenas só por causa disso. Hoje já ninguém quer ser policia ou bombeiro. Muito menos tem vontade de casar ou sequer acreditar que o amor pode vir com o tempo e em formas desconhecidas e nem sempre imediatamente compensadoras. Quando tinha quinze anos li, em casa da minha melhor amiga, na revista Sputnik, que uma camponesa da parvónia russa se estudasse, poderia transformar-se numa grande astronauta. Faço tudo para voltar a acreditar numa merda destas. Por falar nisso, Teresa, eu perdia à Canasta e ao King só para tu não amuares.


- por Mónica Marques, no Sushi Leblon, o blog da diáspora blasée

little britain

depois de muito tempo a evitar a estação de metro do marquês de pombal, ela, com o seu vortex espacio-temporal e o seu magnetismo sapiente, fez com que eu lá voltasse hoje, para testemunhar algo de importante.

portugal - o metro de lisboa - ou talvez só a estação do marquês de pombal, já tem o seu próprio 'mind the gap': "atenção ao espaço entre o cais e o combóio". 

como se faz lá fora.

16 abril 2010

Hoje, como quase todos os dias, ao chegar à escola, para ir buscar os meus filhos, dou comigo a pensar que é um milagre não ter um acidente por adormecer ao volante. Invariavelmente o sono instala-se e sei que vou a conduzir no limite da vigilia.
E isto é constante, embora às vezes o sinta de forma mais forte e outras menos. Conclusão: quando estou com os meus filhos, eles já me apanham numa fase do dia em que estou francamente em perda, com menos paciência e dando menos atenção do que eles "pedem", o que é injusto...para todos.
Depois fica a ideia de que esta vida que levamos tem de ter algum problema na forma como a regulamos, porque a verdade é que o corpo nos pede mais descanso. E acredito que isto é geral, não tem só a ver com o meu horário muito matinal e que depois se estende pelo dia fora. Hoje comecei a trabalhar às 7 e saí pelas 17, não almoçando como deve ser, sequer. Há gente que trabalha muitas mais horas e com muito mais sacrifício e eu só posso admirar a forma como se aguentam à bronca, sinceramente.
Acho que realmente, há qualquer coisa aqui que não bate certo, e que andamos todos a perder qualidade de vida, em nome não sei bem de quê.
O que eu sei é que todos os dias se abate esta soneira pesada sobre o final de tarde, e que, depois de um dia intenso, trabalhoso e de rotinas mais ou menos repetitivas, uma pessoa fica a pensar que os dias não são isso tudo que deveriam ser, e que a responsabilidade é nossa.

-- via dias úteis

15 abril 2010

mood of the day/week :




-- eleanor rigby, the beatles

19 março 2010

note to self:

it's okay to be pretty.


16 março 2010

au

no outro dia, ia eu a caminhar calmamente na rua, doíam-me as pernas e não sabia porquê.

foi quando comecei a estugar o passo para não perder o barco que me apercebi porquê.

em virtude de ultimamente trabalhar em cerca de cinquenta e quatro sítios diferentes que aparentam estar localizados geograficamente em sítios tão variados como Vila Real, a Fuzeta e o Funchal, não tenho conseguido ir ao ginásio. basicamente, ando a pagar para não aparecer lá.

no entanto, poeticamente o destino deu-me uma prenda. essa  prenda veio sob a forma de transportes públicos, que me têm proporcionado diariamente correrias e afogos variados para não perder o transporte por um minuto - coisa que mesmo assim não deixa de acontecer. já tiveram um dia todo avariado por três minutos? experimentem, é do melhor.

assim, gostaria de agradecer às seguintes companhias o facto de diariamente zelarem por manter a minha boa forma física:


  • Carris
  • Metropolitano de Lisboa
  • CP
  • Lisboa Transportes
  • Transtejo
  • Transportes Colectivos do Barreiro


Se tudo correr bem, lá para Junho terei as coxas mais tonificadas de Lisboa.


22 fevereiro 2010

31 janeiro 2010

antes que o computador fique sem bateria

nas últimas semanas vi-me obrigada, por razões profissionais, a fazer autênticos exercícios de arqueologia em lojas de brinquedos. já nem vou falar na dificuldade que é encontrar brinquedos 'normais', coisas simples sem virem agregadas a 50 acessórios, numa sobrecarga sensorial que desconfio torna epiléptica ou psicótica/autista qualquer criancinha que não tenha ido ao Iraque e tornado para contar a história.

não vou também alongar-me sobre o facto de, em todos os 28 (perigosamente perto dos 29) anos da minha existência, nunca ter tido um contacto tão próximo e devotado tanta atenção a Nenucos e imitações mais ou menos conseguidas.

vou só debruçar-me sobre a componente absolutamente bipolar [classificação aqui muito mal aplicada e passível de me levar à proscrição da utilização de uma DSM - coisa que nunca usei - para o resto da vida, pela mui excelsa e já com pendor para-militar Ordem dos Psicólogos], a componente absolutamente bipolar, dizia eu, dos brinquedos que povoam 90% das prateleiras dirigidas a meninas nas grandes superfícies comerciais dedicadas ao mister do juguete. já de si, só há duas alternativas: ou póneizinhos fofinhos em cor-de-rosa a roçar o choque, miniaturinhas amorozinhas de animais/pessoas/coisas entre as duas categorias anteriores ou que não pertencem sequer ao filo alienígena, entidades absolutamente abebezadas, retardadas e aparvalhantes, ou então bonecas hipersexualizadas cujo look básico, sobre-maquilhado, é o de quenga rameira and-happy-about-it. se fossem de carne e osso e adultas, diria que eram mulheres desesperadas por lhes chamarem naco de carne e por lhes confirmarem que são mulheres, tanto é o eye-liner e a sombra de olhos até às sobrancelhas e a meia de rede com buracos onde cabe um punho e o salto stilleto-só-para-o-caso.

posto isto, como é que queremos ter pessoas normais? como é que é suposto as nossas criancinhas não andarem agarradas ao tecto de olhos esbugalhados e caninos de fora? ou estão aterrorizadas ou cheias de raiva e e em ambos os casos dou-lhes razão.

é que já cantava a Maria Rita - não sou freira nem sou puta!

18 janeiro 2010

vêm aos 2

profissões que eu acho que podia ter:

- fazer locução de animações
- make-up artist (i'm really good!)
- decoradora de interiores
- personal stylist

28 dezembro 2009

ah, o natal.
ao contrário do anterior, este foi o ano em que não tive paciência para a família, as peculiaridades de cada pessoa, as viagens por todas as capelinhas de quem nos quer ver, as prendas e o ritual das comidas tradicionais e contínuas.

não sei porquê, talvez este ano esteja mais sensível a estas coisas, ou devido à minha situação actual esteja mais sensível em geral.

portanto, a minha parte disfuncional foi um festival de enfardamento contínuo, na expectativa mais ou menos velada de ficar inconsciente ao tédio e à irritação que estava a sentir. comi chocolates atrás de chocolates, entremeados como bolo rei, sonhos, gordura e açúcar em geral. mas especialmente chocolates.

houve alturas que me lembraram que às vezes não me reconheço nas pessoas da minha família. como é que posso ser tão diferente de pessoas com quem tenho uma relação tão próxima?

agora que estou em minha casa no meu espaço e tempo, a tentar relaxar, sinto-me encaixar. os mesmos objectos nos mesmos sítios, que frequentemente me trazem frustração e tédio, são agora reconfortantes e dão-me um indício de que estou a começar a construir um sítio meu na minha vida.

na minha odisseia de hipercalorias e tv cabo, descobri uma nova alegria para me resgatar  do vortex de negativismo e eventual psicopatia em que me senti entrar. a série glee, que trata de um grupo de canto e dança escolar num liceu. mais do que sobre o liceu, os estereótipos de alunos que vocês pensam que vão surgir ou as músicas e as coreografias (que são bem giras e que podem fazer de conta que não vêem a série por causa disso), a série é sobre os relacionamentos entre o liceu, os estereótipos dos alunos e as músicas e as coreografias. basicamente vale pelo enredo e pelos diálogos, que por acaso acontecem entre aquelas pessoas que estão naqueles sítios e têm aqueles papéis. aparentemente é escrita pelos mesmos gajos que escreveram 'nip/tuck' (que eu odeio. enredo: sexo/cirurgia/sexo/ciurgia/sexo/disfunção da semana/sexo/etc...) e 'popular' (que eu adoro, outra série sobre pessoas esquisitas e absolutamente normais no liceu). é bom, vão ver.

outra coisa. esta semana ocorreu-me que para certas pessoas devia ser criada uma categoria de nobel para lhes atribuir. é o caso dela:





I wake up


And the day feels


Broken


I tilt my head


I'm trying to get an angle
'Cause the evening
I've always longed for
It could still happen

How do I master
The perfect day
Six glasses of water
Seven phonecalls

If you leave it alone
It might just happen
Anyway

It's not up to you
Oh it never really was





she's a fucking genius.
e depois deste post piroso e mal escrito, despeço-me. 

18 dezembro 2009

decidi pôr mais coisas de que gosto no blog. o intuito inicial deste blog era ser directo e sincero, sem artifícios, e com o passar o tempo foi deixando de o ser.

tem a ver com a minha maneira de ser e eu sei-o. assim, vou usar o blog como um instrumento para me esforçar a ter menos filtro e expor-me um pouco mais. pode correr bem, pode correr mal, pode ser só passageiro.

partilhar as coisas de que gosto não é assim tão mau. não pensar tanto no que isso reflecte de mim para os outros.

por isso, acho que merece uma explicação das coisas que acrescentei.
- o Rititi, porque comecei por odiá-lo porque me irritava porque era moda porque não percebia what all the fuss was about e aprendi a gostar e perceber que tem conteúdo e opiniões que valorizo e não é só espalhafato.
- o Mood Swing (Batukada Sebem), que descobri não sei bem como, porque acho que na minha cabeça falo assim. gosto de achar que tenho piada assim.
- o Aurea Mediocritas porque é o elogio da mediocridade, da ironia, do nonsense e da geekness.
- o Crónicas dos Pequenos Delitos, que descobri enquanto fingia que trabalhava como recepcionista numa empresa. porque nunca pensei interessar-me pelo mundo do Direito, porque o meu género favorito de contos são os do dia-a-dia, por coisas como esta:

o angolano dos olhos de ponta-e-mola

Estado civil?, pergunta o juiz. Estou junto com uma melher, responde com um azedume áspero, reforçando o desprezo na sílaba tónica mal formulada. Os olhos do angolano lembram gumes, facas, navalhas de ponta-e-mola. Ao identificar a ascendência, coisa a que está obrigado, troca o nome da mãe. Que mostre os documentos, é a melher que os tem. Ela que entre. Aproxima-se uma ucraniana, a cara escrevinhada de rugas precoces. Vasculha, nervosa, o saco de mão, à procura do passaporte dele, mas tira por engano o dela. Encolhe-se com medo ainda antes de este lhe rosnar baixinho, não é esse. Aos antecedentes criminais diz que esteve preso, que fugiu, é contumaz. Habilitações literárias? Não sabe o que é isso. Se estudou. Desconversa, envergonhado, tenho poucos estudos. Mas tem o quê, a primeira, a segunda classe? Nem isso. É que nunca viveu com os pais, teve uma infância difícil em Angola, na rua, justifica-se. Chegou a ir à escola, afinal? E ele, soltando a ponta-e-mola do olhar, empunhando agora todas as navalhas do mundo, enfrenta o juiz, não, nunca fui. Faz-se silêncio enquanto é tomada a devida nota e menção. Às tantas, deslargando no ar uma réstea de orgulho, mas sei escrever o meu nome, senhor doutor juiz, as facas caídas aos pés, as lâminas rombas dos olhos espalhadas por fim pelo chão.

espero que gostem. se não gostarem, vou ter de aprender a não me importar com isso.




14 dezembro 2009

adoro pessoas. odeio pessoas. odeio pessoas porque as pessoas de que gosto me podem magoar.

07 dezembro 2009

last day on the job

eu já sabia, quando comprei um caderno grande com a sensação de que não o ia acabar.





"there's someone i forgot to be"

21 novembro 2009

i'm gonna make a mistake - i'm gonna do it on purpose






I'm gonna make a mistake-
I'm gonna do it on purpose
I'm gonna waste my time 


'cause I'm full as a tick
And I'm scratching at the surface
And what I find is mine 


And when the day is done, and I look back
And the fact is I had fun, fumbling around
All the advice I shunned, and I ran
Where they told me not to run, but I sure
Had fun, so 


I'm gonna fuck it up again
I'm gonna do another detour
Unpave my path 


And if you wanna make sense
Whatcha looking at me for
I'm no good at math 


And when I find my way back,
The fact is I just may stay, or I may not
I've acquired quite a taste
For a well-made mistake
I wanna mistake why can't I make a mistake? 


I'm always doing what I think I should
Almost always doing everybody good
Why- 


Do I wanna do right, of course but
Do I really wanna feel I'm forced to
Answer you, hell no
I've acquired quite a taste
For a well-made mistake, I wanna
Make a mistake, why can't I make a mistake 


I'm always doing what I think I should
Almost always doing everybody good
Why-

12 outubro 2009

the guilt machine

se há coisa a que sou vulnerável é ao sentimento de culpa. nada me prega uma rasteira tão certeira.

basta uma sugestão de culpa, vê-la ao de longe, para começar a recuar nas minhas opiniões, nas minhas crenças, no fundo no meu sentimento de justiça. para que não se zanguem comigo. e se depois deixam de gostar de mim? e se me deixam? o que é que eu faço sozinha?

a minha cabeça começa a ramificar o pensamento sobre as maneiras como sou culpada, com se de uma árvore se tratasse. eficiente e limpo. é uma omnipotência tola que me concedo.

pensar nisto e saber isto já não é mau.


tenho de arranjar um colete à prova de bala. não sei é se há à venda.





11 outubro 2009

cheguei à conclusão de que é preciso celebrar as coisas boas da vida. rodear-me de coisas bonitas e boas vai ajudar-me a apreciar a vida e a suportar o que é mais difícil, é a teoria a que cheguei e que quero testar.

por isso celebrar as alegrias, as pequenas satisfações, os triunfos e talentos dos outros (e os meus?).

por isso, vou começar a usar labels no blog, para o sistematizar e para levar a sério as coisas de que gosto, que é algo que preciso de fazer.