28 dezembro 2009

ah, o natal.
ao contrário do anterior, este foi o ano em que não tive paciência para a família, as peculiaridades de cada pessoa, as viagens por todas as capelinhas de quem nos quer ver, as prendas e o ritual das comidas tradicionais e contínuas.

não sei porquê, talvez este ano esteja mais sensível a estas coisas, ou devido à minha situação actual esteja mais sensível em geral.

portanto, a minha parte disfuncional foi um festival de enfardamento contínuo, na expectativa mais ou menos velada de ficar inconsciente ao tédio e à irritação que estava a sentir. comi chocolates atrás de chocolates, entremeados como bolo rei, sonhos, gordura e açúcar em geral. mas especialmente chocolates.

houve alturas que me lembraram que às vezes não me reconheço nas pessoas da minha família. como é que posso ser tão diferente de pessoas com quem tenho uma relação tão próxima?

agora que estou em minha casa no meu espaço e tempo, a tentar relaxar, sinto-me encaixar. os mesmos objectos nos mesmos sítios, que frequentemente me trazem frustração e tédio, são agora reconfortantes e dão-me um indício de que estou a começar a construir um sítio meu na minha vida.

na minha odisseia de hipercalorias e tv cabo, descobri uma nova alegria para me resgatar  do vortex de negativismo e eventual psicopatia em que me senti entrar. a série glee, que trata de um grupo de canto e dança escolar num liceu. mais do que sobre o liceu, os estereótipos de alunos que vocês pensam que vão surgir ou as músicas e as coreografias (que são bem giras e que podem fazer de conta que não vêem a série por causa disso), a série é sobre os relacionamentos entre o liceu, os estereótipos dos alunos e as músicas e as coreografias. basicamente vale pelo enredo e pelos diálogos, que por acaso acontecem entre aquelas pessoas que estão naqueles sítios e têm aqueles papéis. aparentemente é escrita pelos mesmos gajos que escreveram 'nip/tuck' (que eu odeio. enredo: sexo/cirurgia/sexo/ciurgia/sexo/disfunção da semana/sexo/etc...) e 'popular' (que eu adoro, outra série sobre pessoas esquisitas e absolutamente normais no liceu). é bom, vão ver.

outra coisa. esta semana ocorreu-me que para certas pessoas devia ser criada uma categoria de nobel para lhes atribuir. é o caso dela:





I wake up


And the day feels


Broken


I tilt my head


I'm trying to get an angle
'Cause the evening
I've always longed for
It could still happen

How do I master
The perfect day
Six glasses of water
Seven phonecalls

If you leave it alone
It might just happen
Anyway

It's not up to you
Oh it never really was





she's a fucking genius.
e depois deste post piroso e mal escrito, despeço-me. 

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