20 março 2006

cappuccino

encontrei há pouco a minha ex-colega carla, super-croma da psicologia. disse-me que vai trabalhar para o hospital de elvas, tendo sido seleccionada para a única vaga existente para 290 candidatos. como no hospital só havia uma psicóloga, o processo de selecção foi acelerado enviando as candidaturas a uma entidade governamental, que, não podendo entrevistar toda a gente, estabeleceu o critério de só admitir candidatos com média superior a 16 valores. daí, ficaram 20 pessoas.


estou a fazer um esforço para não me sentir humilhada.




www.despair.com

18 março 2006

este blog e' meu e eu ponho aqui o que me apetecer :P

Telefonema escrito (Dezembro 2000)



António,


Achei melhor escrever-te. Há assuntos impróprios para o sinistro regateio dos nossos advogados, mas infelizmente os últimos telefonemas não foram um modelo de civismo, talvez ainda não estejamos preparados para falar sem duas pedras na mão. Concordarás que utilizando o plural recuso o papel da desgraçadinha cujo marido partiu e, não satisfeito com abandoná-la, lhe desliga o telemóvel na cara. Também eu já o fiz e quanto aos insultos, bem…, penso que vêm sendo democraticamente distribuídos. Dito isto, não penses que o Senhor me iluminou e tenciono fazer parte desse teu lamentável plano para apresentar ao mundo a separação como resultado de um acordo entre “duas pessoas adultas”. Não sei se somos adultos, mas tenho a certeza de que tu és adúltero ( não me admiraria se no caso dos homens os dois termos fossem sinónimos! ). Pelo que farás o favor de te amanhar com as consequências dos teus actos, seja a nível da sacrossanta família – a minha está elucidada… - ou dessa corja de machos latinos endinheirados a quem chamas, com assinalável optimismo e uma certa melodia siciliana, os “rapazes”. Os “rapazes”, diga-se de passagem, dirigem fábricas lucrativas, jogam ténis sem grandes resultados para o pneu e cobrem as costas uns dos outros quando saem à noite, mas não abandonam as queridas mulherzinhas. António, a tua fogachada vai contra as regras vigentes na tua própria equipa.
O que me intriga. Das outras vezes – ou pensas que não estou a par das tropelias anteriores? – foste sempre previsível: passarinho novo, uns dias de trabalho fora do país sem hotéis e países devidamente identificados, chocolates e sexo ( ainda mais ) distraído para mim, ego satisfeito, fim de semana em família na casa da Póvoa, jantar a dois no Casino. Até à próxima… Não estou particularmente orgulhosa por ter aturado essa rotina, mas também não me refugiarei no papel da defensora do bem estar dos miúdos. Continuámos juntos porque não desejava perder-te para uma qualquer flausina que as minhas cenas arvorassem em segunda mulher da tua vida - suponho que ainda te lembras de me considerar a única -, depois de saíres de casa o teu orgulho adolescente impediria uma reconciliação. No fundo cometi um erro habitual: amar o marido, aturá-lo como um filho traquina e esperar a acalmia dos anos.
Embora me revolva as tripas, sou obrigada a aceitar o diagnóstico dos que te conhecem o derriço: a rapariguinha está apaixonada por ti e não merece as frases que aliviam o fígado e preparam o perdão, género “a cabra roubou-mo porque os homens são uns anjinhos, sobretudo quando começam a envelhecer”. Sabes, é difícil abrir mão dessas frases feitas. As mulheres utilizam-nas para salvaguardar os seus homens e a intenção de lhes perdoar. Fazem-no à custa de os considerar débeis mentais, mas fazem-no, transformam-nos em pobres escravos das hormonas que outras, mais jovens e apetecíveis, manobram a seu bel prazer. Não te darei o benefício de tal ofensa, seria atentar contra a estatística. Ao longo dos anos coleccionaste estagiárias, clientes e muito provavelmente, bom…, senhoras da noite, agrada-te o eufemismo? Perante uma colecção para todas as estações seria ridículo partir do princípio que sistematicamente foste seduzido e abandonado. O inverso também não é verdade, por vezes penso que os homens casados têm mais saída do que os solteiros, talvez comprometam menos esta liberdade compulsiva que as miúdas de hoje tanto prezam.
A verdade é que por esta saíste de casa (a expressão “abandono do lar” não me parece adequada, atendendo ao registo de cama-mesa-e-roupa-lavada em que vinhas funcionando). Como já disse, pelo que de ti conheço o regresso está fora de questão, mesmo que o comodismo o exigisse, o tal orgulho macho não o permitiria. Deve ser cansativo, António, provar todos os dias que se é homem. E não às mulheres!, que não partilham os vossos critérios. Aos outros homens, quantas vezes me senti um pretexto para esses concursos de galos. Porque não arreiam simplesmente as calças e medem as gaitas? Afinal pensam com elas…
Não digo neste caso, já admiti que todos me dizem ter a miúda cabeça, para além de um corpo de anúncio televisivo. Mas terá sido “apenas” isso, descobriste pessoa inteira e não boneca insuflável de carne e osso? Porque não te limitaste a conceder-lhe os intervalos entre a fábrica e nós? As viagens de negócios, verdadeiras e fictícias? Por que arriscas a amizade dos amigos que, não a meu pedido!, se recusam a receber-vos? E o habitual desmaio da tua mãe? Fez-te descobrir coisas novas ou recuperaste com ela o que perdemos há muito? Vais partir noutra direcção ou regressar sem mim à estaca zero da nossa estrada? Em melhor companhia…, afinal ela tem menos vinte anos do que eu e outros tantos quilos, com inveja amargurada o digo! Porque neste mundo de homens vocês podem envelhecer tranquilamente e nós não, tudo o que a meia-idade traz de bom fica na penumbra da vossa rendição à imagem física. Mesmo que ultrapassemos incólumes os anos, as gravidezes, os problemas, mesmo que vivamos nos health-clubs os breves momentos entre as aulas dos miúdos e o trabalho chato e inacabado que nunca reconheceis, o vosso olhar embacia-se, sofre de “miopia conjugal”. Tirei um curso de Românicas para acabar tua mulher a tempo inteiro, mas ainda recordo Ovídio: “Eis a causa que impede as esposas legítimas de serem amadas; os maridos vêem-nas quando querem”. E onde está a alternativa, para uma dona de casa que tem de a manter a funcionar sobre rodas? Ir de férias com as amigas? Arranjar um amante com as vossas justificações habituais na manga, “querido, ele não significou nada para mim, já nem recordo a sua cara, sabes como são estas coisas, estava com a malta e tinha bebido muito, depois o tipo não me largava e eu cheia de medo que tu e os miúdos viessem a saber…”?. Merda, António, quase ficamos com a sensação de ter de vos agradecer as mentiras!
E como competir? Vocês saem a correr de manhã e deixam-nos em roupão, atarantadas, hesitantes entre os restos dos vossos pequenos almoços e o atraso dos miúdos, sempre avessos a deixar a cama. Na qual pensamos em plena correria, “há quantas semanas não fazemos amor e como o temos feito?”. Os homens acreditam com demasiada facilidade nas mentiras piedosas com que os sossegamos. Não imaginas as conversas que se ouvem num ginásio depois de uns quilómetros no tapete e um duche bem quente! As mesmas parvas que aturam as queixas de cansaço e a rotina erótica do Sábado à noite – fazes alguma ideia de há quanto tempo não me surpreendes? – suspiram pelo tapete da sala ou por automóvel de namoro, odeiam-vos a pressa já ensonada que as deixa despertas e a ferver. Entretanto suas excelências quedam-se, embasbacados, perante miúdas que vivem em casa dos pais e todas se aperaltam para o emprego. Dá-lhes vinte anos como os que vivi e veremos o que resta da sua frescura! Mas os homens não pensam nisso, vivem a meia-idade com desespero, procuram recuperar nelas um pouco do vigor que lhes sentem fugir. Supõe que chegas a velho - e espero que sim, os miúdos não merecem ficar órfãos, apesar do pouco que lhes vens ligando -, achas que a lua de mel será eterna? Ou tencionas pô-la também na beira do prato quando o hábito vos atacar? E ela, acompanhar-te-á sem dúvidas? Neste momento és o homem poderoso que por si abandonou uma família e lhe mostra o mundo, mas estará disposta a apagar-se contigo? Exigirá crianças? Admitirá como eu que durmas no quarto de hóspedes porque “tens de trabalhar” no dia seguinte? Que voltes à tua única paixão duradoura, a fábrica, e chegues ao fim da tarde para mergulhar no sofá e no zapping? E como reagirás tu à sua juventude? Com orgulho ou suspeitas? A menos que as cenas de ciúmes sejam um privilégio meu, é preciso ter lata para abandonar a mulher e depois largar-lhe remoques por ela ter ido ao cinema com um amigo de longa data. Meu pobre António, não me sinto hoje obrigada à discrição, se quisesse enganar-te poderia fazê-lo com alguns dos teus companheiros de borga, rondam como abutres. Aparentemente a famosa solidariedade masculina também abre brechas, algumas das escapadas no passado foram-me contadas por amigos teus, preocupados com o meu bem-estar e prontos a consolar-me. Não penses que preparo declaração da minha superioridade moral, não o fiz pela mais prosaica das razões: nunca me apeteceu. Escandalizado? As mulheres, meu caro, finalmente perceberam que apenas são mais fiéis do que os homens porque eles as convenceram de que eram assim. Não sou mulher de um homem só; gostava só de um homem.
Desculpa, acho que me passei, isto parece um telefonema por escrito, ainda aí estás? Espero que sim, precisamos de ter cuidado. António, vivemos numa terreola, em país pequenino. Como pensaste que poderias dizer aos miúdos que não os levavas à neve porque tinhas de sair em trabalho? E a esperteza saloia de fazer as reservas noutra agência de viagem e mudar de estância de Inverno! O gerente ficou eufórico com a hipótese de passar a ter-te por cliente e falou disso ao jantar, os filhos dele são colegas dos nossos, mas com menos dinheiro, vai daí quiseram ir à neve por interposta pessoa e perguntaram aos garotos como era em…, como se chama o sítio…?, pois, Courchevel. Os putos não têm culpa, António, deixaste-me a mim, não a eles, percebes? Vais afundá-los em presentes e jantares em restaurantes finos? Deixá-los com os Avós enquanto vives em lua-de-mel? Eu sei que andam difíceis, mas fugir ao seu amuo não é solução, afinal ninguém os consultou sobre este circo, compreendem como quase adultos e sofrem como crianças. O amuo serve apenas para te fazer insistir, precisam de ter a certeza que desejas a sua companhia. Por favor, pensa. Usa a cabeça e o dinheiro, pára duas semanas e divide-as irmamente entre os miúdos e a garota (não deixa de ser irónico como ela está mais próxima da geração deles do que da tua!).
Faz o que quiseres, mas não apenas o que te apetecer. Resolve o problema. Ou juro por Deus que não resistirei à tentação de desempenhar o papel da mãe sofredora e maltratada e virá-los contra ti. Que coisa horrível de dizer… Vês? António, precisamos de ter cuidado, toda esta amargura e ressentimento entre nós pode acabar mal. Como nós…
Escrevo-te ao fim do dia. Vinte anos atrás vinhas a correr da fábrica e fazíamos amor. Tinhas um brilho agarotado no olhar. Não me deixavas pôr a mesa, eu fingia um protesto, mas era pegar no casaco e partir rumo ao marisco de Matosinhos ou às tripas do Leonardo na Póvoa, de regresso a casa adormecíamos; abraçados e tarde. Quem sabe?, talvez eu encontre alguém, refazemos os dois as nossas vidas depois da nossa vida a dois. Que acabou. Mas António, não deixámos de ser pais por isso. Tem cuidado. Por eles, mas também por ti - a mim deixaste-me, a eles podes perdê-los. Estás preparado para isso?

Lena.



o-murcon-ataca-de-novo

china

ontem quando cheguei a casa do meu pai tinha este postal em cima da cama.
agora já percebo por que é que ela não dizia nada há tanto tempo.


15 março 2006

estudo sociológico

anteontem, enquanto esperava por uma consulta médica, ajudei o tempo a passar, como é costume, vendo as revistas do social, actividade que - confesso - me dá algum gozo. foi então que me apercebi de um fenómeno sociológico assaz curioso. após páginas e páginas de festas, piscinas, filhos, casas e divórcios - material recolhido em inúmeras publicações de diversas editoras, pois nem nestas questões mundanas o meu espírito de devoção ao rigor na investigação científica vacila - constatei a existência de um padrão sui generis em termos de acasalamento na alta sociedade nacional e mesmo estrangeira.
de que se trata, então? - imploram as vossas mentes curiosas e sedentas de conhecimento.
pois bem. aquilo que a minha ingénua incursão pelo mundo do cor de rosa veio a descortinar foi a tendência para exemplares femininos dotados de compleição física excepcionalmente valorizada, sofisticação, estilo e capital monetário se emparelharem com homens menos cativantes. significativamente menos cativantes. medíocres, vá. trata-se de exemplares com ar totó vestidos de modo absolutamente insonso - excluindo a qualidade do material utilizado e a sua compostura. pensei um pouco sobre o assunto e ponderei se esta conjugação de pares teria como objectivo implícito contrabalançar o estilo de um com o estilo [ou falta dele] de outro. não seria de esperar que estas gajas emancipadas e que chamam sobre si tanta atenção escolhessem criteriosamente espécimes de igual calibre e aceitação social? jovens revolucionários - mas ricos e chiques -, caridosos - mas ricos e chiques -, bem sucedidos e um pouco histriónicos, talvez. algo incompreendidos pela 'mentalidade do nosso tempo' ou pela 'sociedade' no seu génio avançado - mas que possam ir viver essa depressão na biarritz ou num qualquer spa no interior do país, para que possam dizer que 'portugal é muito bonito' e que 'não o valorizamos'.
bom, disperso-me. porquê, então, por que é que estas gajas não escolhem gajos assim e antes homens banais, algo raquíticos e passíveis de confusão com o seu progenitor? o único motivo que me surgiu na mente perante uma tendência tão acentuada foi o facto de as deixarem brilhar à vontade, não dando azo, a longo prazo [ai, versejei!], ao choque de egos que em última instância resultará no divórcio que fará capa da próxima revista. este mercado pode, de facto, estar em crise.
mas a presente reflexão deixa-me insatisfeita, incompleta, e já estou farta de acordar a meio da noite assombrada pela dúvida e com suores frios, gritando "porquê?! porquê?!".
deixo assim o meu apelo à comunidade científica das ciências humanas e eventualmente das ciências exactas, caso deslindem um algoritmo que explique este fenómeno e dê sentido ao comportamento. estou certa de que com facilidade se sentirão embrenhados por ele e verão o seu interesse.
o meu muito bem-haja.
uma vez que já houve escritos desde então, deixo-vos aqui a transcrição da entry de ontem do murcon. é longa, é interessante e não é sobre o que o título sugere. enjoy.



Abuso de menor (Fevereiro2001)



- O João?
Olhos azuis-bebé em bebé envelhecido de alguns anos. Faces apetitosas e gorduchas, a Tia Amélia costumava chamar-lhe o seu leitaozinho porque dava ganas de o comer, acompanhado por batatinhas loiras - como ele… - e salada mista. Mordiscava-o com ternura carente de viúva longa mas não convencida, a sobrinha e protesto risonho, “ó Tia, parece impossível!”. Os mares assim espremidos, em forma de amêndoa, herdara-os do pai. Que os cuidasse bem!, nada mais restava do Pedro… Talvez o miúdo o pressentisse, quando exibia proeza aprendida com as avós - tinham-lhe ensinado a abrir os braços com ar desprotegido, deixar pender a cabecita para um dos lados e gemer lamento: “fuxiu…”. Dizia-o do gato, animal coerentemente esquivo e autónomo, senhor de si, nada sensível a chamamentos dos teóricos donos. Era habitante da casa com direito a cama, mesa e roupa lavada, mas tais privilégios básicos não o faziam sentir-se obrigado a responder presente a caprichos ditatoriais dos humanos. Dessa distância altaneira mas solidária não se podia gabar o Pedro, fugira como um rato. Ela sentada em banco de jardim para lhe dar as novidades - ou a falta delas! –, e ele pálido como os lençóis que não tinham partilhado, tudo acontecera prosaicamente no automóvel, depois de muitos copos e outros tantos bares. Atenção!, nunca utilizara o facto como desculpa. Também seria masoquismo falar de curte anónima de Sábado à noite, naquele tempo tê-lo-ia definido como namorado, hoje não, cada idade segrega os seus critérios para conceder estatuto de companheiro a alguém. Ele era bonito para além dos olhos, a cabeça não chocava por oca, mas sobretudo fazia-a sentir-se desejada, confundira isso com ser mulher. Não era. À distância dos anos via-se jovem e inexperiente, ansiosa por pequenas liberdades, como sair à noite, e grandes sonhos, como amor para toda a vida. Este não o confessava, por pouco cool. Mas lá no fundo de si, ele ria das frases definitivas derramadas sobre a mesa do café, “não quero amarras antes dos trinta, há muita vida por viver”. Sorriu. Que vivera com o Pedro, sobretudo naquela madrugada? O amor nem pensar, ao menos o desejo e o prazer? Para um não tivera tempo e mesmo o outro, muito sexo feliz depois, defini-lo-ia mais como curiosidade. Afinal as amigas falavam dele como profissionais, são precisos anos para descobrirmos todas as mentiras ditas nas conversas adolescentes. E é tão cansativo resistir fim-de-semana após fim-de-semana à insegurança macha dos homens, ansiosos por estarem à altura das loas exibidas nas mesas de outros cafés, quando não do mesmo. Tinham curtido. E a pergunta sinistra rodando-lhe na cabeça, “é só isto?”. À cautela não lho perguntara. Quanto ao prazer dele, não sabia. Curto fora de certeza!, egoísta como o de certos homens feitos que se estão nas tintas; e o de outros rapazolas, nervosos e apressados, de uma incompetência que seria ternurenta se não deixasse corpo e alma das mulheres a meio caminho. Como cantava a miúda na pimbalhada de Domingo?, ah, sim, a chuchar no dedo! O que lhe faltara de gozo tivera-o de medo, o imbecil nem um preservativo sabia utilizar decentemente, mas calara-se caladinho. Calada mirava ela incrédula o calendário, para quando o sangue tranquilizador? Não veio. Deu consigo na situação daquelas meninas dos anúncios patéticos da TV, no fim do exame olham com um sorriso pitonísico para a câmara, a quem vê de decidir a razão da alegria silenciosa. No seu caso não teriam dúvidas, chorara como uma Madalena arrependida. Bom, talvez mais surpreendida, não pensara que lhe pudesse acontecer, quem pensa, ainda por cima na primeira vez? O olhar dos pais diferente, pelo menos na cabeça dela, a todo o momento pressentia o dedo acusador e a pergunta, retórica por apenas exigir a confirmação da catástrofe. Já o Pedro não desconfiara de nada, aparecera com o sorriso habitual, a moto habitual, a inconsciência habitual. O movimento de recuo e o olhar acossado, “que vais fazer?”. Não tivera a delicadeza de empregar o plural, entrar no comboio sem travões que a levava mundo abaixo, a participação dele no evento terminara no preciso momento em que puxara as calças para cima. Ela não estava ainda preocupada com a decisão, antes disso precisava do mimo que lhe provasse não ter de se afligir sozinha. Tão sozinha como ele a deixara, para depois telefonar com um discurso de inspiração materna - “somos novos, os estudos, quem sabe um dia?, mas não agora, tenho um número de telefone…”. Literalmente – puta que o pariu! Considerara a hipótese do aborto seriamente, defendia-o em abstracto e em concreto dera o voto pela sua despenalização. (Não chegara porque muitos tinham preferido a praia e outros lavavam as mãos como Pilatos enquanto se crucificavam pobres mulheres.) Tinha a certeza que o teria aconselhado a qualquer amiga nas suas condições, mas uma raiva solitária a invadira, depois dele fora vez do pai se pôr de fora. Acontecia sempre assim em alturas de crise, preferia saber e depois fingir que não sabia, a mãe falava pelos dois em ar de mistério, “se o teu pai sabe…”. E também acabara por a deixar sozinha, porque no meio dos argumentos do costume deixara cair frase lamentosa que a reduzia a apêndice mal comportado, “como foste capaz de nos fazer isto?”. Um desejo imenso de ter alguém consigo e para si, não é uma boa razão para encomendar uma criança à cegonha, mas fizera-o. O sofrimento teatral dos pais abafando o seu e ela de imediato inflexível, “vou trabalhar”, precisava de independência para os olhar de frente. Pelas costas viu o Pedro, balbuciando promessas vagas, correndo para a mamã, porque raio há-de ser fértil o esperma de putos assim? Anos duros e órfãos de homem. Trabalhava com uma ferocidade automática, regressara aos estudos à noite, a mãe agradecera a Deus o álibi para gozar o neto algumas horas por dia, o puto reconciliara a família à sua volta, o pai sempre desejara um rapaz e a mãe afogava a solidão em remédios para os nervos. Mas quem não casa quer casa, resistira aos apelos deles e alugara o seu apartamentozinho, o único luxo fora a aparelhagem estereofónica, quem consegue viver sem música? Sem homem sobrevivera bem. Nem sequer à espera de príncipe encantado ou refugiada no ressentimento que os define como todos iguais apesar de só se ter conhecido um. Repartia-se entre o trabalho e o miúdo, adormeciam apaixonados todas as noites. Até aparecer o João. Moreno e sisudo, avesso a motos, palavras raras, um olhar meigo que a admirava, longínquo, da secretária ao lado da sua; as mulheres sentem essas coisas. E assim ficara, mudo durante meses, até o convite pressentido se ter tornado improvável e as colegas já não se meterem com ela, quase caíra quando lhe propusera um cinema. O namoro que conhecia dos livros, João era gentil, com as suas flores roubadas pelos canteiros e mãos suaves, descobriu que o corpo lhe uivava de fome em silêncio no apartamento dele. Quase igual ao seu, com vergonha o admitia – um pouco mais arrumado. O primeiro passeio com o filho e este desconfiado, farejando concorrente, quando chegaram a casa espetara o dedo, solene, “agora vais-te embora”. E João fora, perdido de riso. E humilde voltou, acedeu em seduzir dois ao mesmo tempo, ela preocupada, “será que o puto um dia aceita?”. Dentro de pouco tempo o ciúme transferira-se para ela, o filho encetara namoro descarado ao par de calças que de vez em quando apareciam lá por casa e João, esse, transformava-se por completo, era preciso interceptar os chocolates e os brinquedos, “olha que o estragas!”. O que fazia na mesma, oferecendo-se em substituição das guloseimas e rebolando pela alcatifa em coboiadas trepidantes que terminavam com tiros definitivos - ele jazia mais quieto do que após o amor, e o puto escrevia-lhe o epitáfio com voz triunfante, “morreste”. Até necessitar de parceiro para a próxima brincadeira e o ressuscitar, com a naturalidade de quem ainda não descobriu a outra morte e apenas conhece a dos bonecos na televisão, engraçada de tão reversível. Anos bons, com uma só regra - de futuro não se falava. Não porque ela o não pensasse, mas porque desenvolvera uma espécie de superstição que a fazia sacrificar os sonhos longínquos para beber um niquinho mais de vida no presente. E fora ele a romper o acordo, “porque não vivemos juntos?”. A economia do seu lado, com o dinheiro poupado sempre poderiam respirar um bocadinho melhor; viajar. Mas o medo era mais forte, “não quero”. E ele, sempre manso, empertigara-se, “não gostas de mim”. Do que ela também se queixara de imediato, toda a gente sabe que não há saída dessas discussões, ambos mal amados ou certos disso, vai dar ao mesmo. A primeira zanga séria, até aí só conheciam arrufos que apimentavam a noite seguinte, ele de súbito muito calmo, “pensa e depois diz-me alguma coisa”. Ela pensando há semanas e o miúdo desconfiado. No emprego eram corteses, mas João ia deslizando para a frieza e ela utilizava-a como desculpa para se convencer de que o melhor era ficarem como estavam, se ele não queria paciência, tudo tem um fim. O medo pânico de um dia, quando já não conseguisse viver sem ele, vê-lo partir. Era independente à custa de dentes cerrados, se o deixasse mimá-la ainda mais poderia não ter coragem para arrancar de novo sozinha.
- O João?
E o telefone logo ali, a cama vazia juntando-se ao miúdo, o medo ganindo avisos, a tentação pintando-lhe trio feliz, quem sabe?, um irmão para o puto, que os filhos únicos são egoístas até mais não.
- O João?
O abuso de menores.
- Queres telefonar-lhe?
O garoto arrulhando ao telefone e estendendo-lho. Do outro lado um João tenso,
- Sei que isto não é correcto, mas podemos ir dar um passeio, eu e ele? Acho que o miúdo gostava e eu tenho saudades.
Também ela tinha, disse que sim. E quando João chegou, seguiu o filho carripana dentro e admirou-lhes em silêncio o abraço apertado.
João fazendo das tripas coração para não engolir o orgulho,
- Deixo-te onde?
E ela a coberto do riso,
- Livra-te de o fazeres nos próximos cinquenta anos.
Ele mudou-se à noite. Deitaram-se tarde porque o miúdo estava excitado e nunca mais adormecia. Seguiram-lhe o exemplo.
Felizmente havia pouco trabalho no escritório na manhã seguinte.

12 março 2006

a estupidez.

estou farta, f-a-r-t-a, de programas estúpidos em que mulheres argumentam [estupidamente] que os homens são umas bestas e que elas é que são boas e que está tudo determinado e é a sociedade, ai-a-sociedade.
que são como água e vinho e que se baseiam na experiência da maternidade para se vitimizarem e engrandecerem e, por consequência, diminuir os outros. se estão mal, casem-se com outro.
e o facto de eu, estupidamente, acabar por ficar do lado dos homens que falam e com elas e achar que 90% das vezes não são mais do que parvas a dizer parvoíces.

he [actually] did it.

Agapito & Batata apresentam…

Pau de retrosaria: A fase do desenvolvimento psicossexual não explicada por Freud ou como aprendemos a medir as consequências

Neste artigo, os autores, Agapito & Batata (não, não somos um duo de palhaços… ) tentarão dar aplicação teórica ao seu fascínio de infância pelo pau de retrosaria, essa ferramenta ancestral que constitui uma reificação subliminarmente elaborada pelo superego para dotar a psyche humana de um artefacto avaliador e preventor das consequências da aplicação desmesurada das suas pulsões mais animalescas (tipo pulga doida a emanar bombicol, se é que nos estamos a não fazer entender, haha)

Tudo começou há muitos anos, quando os artífices deste monumental artigo de referência para a Psicologia moderna nem se conheciam ou sequer supunham a existência um do outro. No entanto, algo os unia para além do fado de terem que desaguar num curso de Psicologia: viveram, por breves momentos, um fascínio quiçá deveras intrigante pelo pau de retrosaria.

O pau de retrosaria (Molin, 1987) destinava-se a medir o tecido (não o empresarial mas o outro) a fim de obter a real (ou desejada, da parte do comerciante) dimensão pretendida pelo cliente, dimensão essa que posteriormente era convertida em importância pecuniária a ser saldada por este último.

Muitos anos se passaram e a frequência das suas formações académicas, junto com a adequada exploração dos meandros da vida, tão bem documentada nos saberes e ditados populares, fizeram aos autores notar uma assinalável congruência num facto que o leitor deste artigo decerto já constatou: havia a premente, ardente e urgente necessidade de criar uma quinta fase adicional no desenvolvimento psicossexual do ser humano.

Relembrando a referida teoria, Sigmund Freud estipulou quatro (apenas, coitado) fases do desenvolvimento sexual:

* Fase oral
* Fase anal
* Fase fálica
* Fase de latência
* Fase genital (aka fase da doideira desenfreada, muahahahaha)


E… é justamente aqui que a porca torce o rabo. Porquê passar da latência para a acne e dai para os quatro-shots-e-duas-quecas? Freud, justamente ele, tentou chegar a uma fase pré-genital, como vemos neste excerto:


Privamo-nos para mantermos a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer sabermos o que essa coisa é. E este hábito de reprimirmos constantemente as nossas pulsões naturais é o que faz de nós seres tão refinados. Porque é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez. Porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita. Assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer.

Sigmund Freud, in ‘As Palavras de Freud’

Estava tudo aqui. Faltava algo, um ínfimo elemento métrico, capaz de metaforizar a necessidade que, em teoria, os jovens adultos sentem em ter um utensílio interno que os permita avaliar a intensidade e consequências dos seus devaneios hormonais, uma bitola, um dinamómetro, uma balança digital, um GPS-device. Os autores podiam enveredar pela linha high-tech e denominar esta fase com um gadget qualquer… mas não, foram mais longe e buscaram nos confins das suas infâncias a seguinte equação, computada com o recurso ao seu mais recente software de análise psicodinâmica, o Fr3ud2006:


$pau_de_retrosaria
If interest in “pau de retrosaria” = true
And
If “quando o pau vai e vem folgam as costas” is in category= common
sense”

Then

“Pau” is “true” and “common sense”

$folga_ou_latência
If “folgam” is semantically_similar to “folga” then
“folga” is as if in “latência”


If $ pau_de_retrosaria = true and $folga_ou_latência = true

Then

Add Phase to “Psychodynaic Development of Human Being”

Order phase next to $folga_ou_latência

Name Phase based on $pau_de_retrosaria


E eis que os autores conceptualizam assim a “Fase pau de retrosaria”, caracterizada por uma medição das consequências do “esticar o pano” em demasia, ou em insistir em andar sempre atinadinho com a fralda da camisa para dentro. Com a recente conceptualização teórica, os autores esperam assim oferecer um suporte empiricamente inconsistente, é certo, mas que com um bocadinho de boa vontade até servia para alguma coisa… quanto mais não seja, para o pessoal se rir.

08 março 2006

antes que o dia acabe



e antes que me esqueça, bom dia da gaja para todas! :)

bear with me

estou agora a ver a novela e face a uma paciente que acaba de ser internada porque lhe deu uma travadinha, o médico [psiquiatra] diz: "foi um ataque de stress".

...
ora, as únicas perturbações que eu conheço que tenham a nomenclatura ataque [que não sei se se nota, mas é um termo um bocado vago] são:
- ataques cardíacos
- ataques epilépticos
- ataques de pânico


UM ATAQUE DE STRESS? MAS QUE DIAGNÓSTICO MERDOSO É ESSE?


mas quem é que anda a escrever estas novelas? [!]

06 março 2006

ensino superior?

eu e o distinto colega josé luís [virtuoso da guitarra e da orientação profissional] estávamos a debater o site que ele está a fazer para uma empresa de lareiras - epah, não perguntem. eis o que aconteceu.



José Luís says:
coloquei as dimensões das lareiras já lá
José Luís says:
tinha-me esquecido de dizer em q medida era
José Luís says:
lol
José Luís says:
ganda toino
ervilha says:
lol
ervilha says:
metros, suponho
José Luís says:
agora já lá etsá
José Luís says:
hehe
José Luís says:
q é p o pessoal n coemçar c ideias de encomendar lareiras c 1.00 km de comrpimento
ervilha says:
lolol
ervilha says:
isso era um bocado estúpido
José Luís says:
nunca se sabe
ervilha says:
não, de que era estúpido não há dúvidas
ervilha says:
lol :P
José Luís says:
a empresa moderna do tempo globalizado em q vivemos n s epode compadecer c as suas proprias limitações por falta de exactidão no anuncio dos seus produtos
José Luís says:
se o cliente quer
José Luís says:
ou a empresa moderna dá ou perde p uma empresa qqer q se lembra d efazer lareiras a kilometro e fale passado um mês
José Luís says:
muahahahaaha
ervilha says:
lol
ervilha says:
lareiras a kilómetro
ervilha says:
tipo retrosaria
José Luís says:
(fale de falir... veja lá como há palavras q soam mm mal :P)
ervilha says:
lol
ervilha says:
(rámente não tava a perceber)
José Luís says:
pois
José Luís says:
mas é o q é
José Luís says:
ervilha diz:
tipo retrosaria
José Luís says:
c aqueles paus
José Luís says:
q elas têm
José Luís says:
p medir
José Luís says:
«I qdo era crinaça ficava pasmado c o pau»
José Luís says:
:x
José Luís says:
(eu n disse isto)
ervilha says:
HAHAHAHA
José Luís says:
ainda por cima a uma psicologa clinica
José Luís says:
ainda por cima do ispa
José Luís says:
etsou tramado
ervilha says:
eu por acaso tb axava akilo fascinante
José Luís says:
ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
ervilha says:
axo q ainda axo um bocado
ervilha says:
coisas da vida
José Luís says:
muahahahhaha
José Luís says:
ah pois
ervilha says:
se calhar é uma fase q o freud nunca descobriu
ervilha says:
a fase-do-pau-de-retrosaria
José Luís says:
a fase "pau de retrosaria" ficaria ali entre a fase anal e a fase fálisa
José Luís says:
*fálica
José Luís says:
presumo eu
José Luís says:
ou fase genital
José Luís says:
qual é o noem da fse pah?
ervilha says:
ein?
José Luís says:
as fases
José Luís says:
do tio freud
José Luís says:
fase anal
José Luís says:
mais...
José Luís says:
havia alguma fase falica ou era só genital?
José Luís says:
«I teve 17 a psicanálise e sabia isto tudo»
ervilha says:
oral, anal, latência e genital
ervilha says:
n é assim?
José Luís says:
ahhhhh
ervilha says:
não
José Luís says:
latência é tipo...
José Luís says:
folga
ervilha says:
oral, anal, fálica
José Luís says:
portanto
ervilha says:
e depois é q é as outras
ervilha says:
diz que sim
José Luís says:
qdo o pau vai e vem, folgam as costas
José Luís says:
etsá-me tudo a fazer sentido agora
ervilha says:
lolol
ervilha says:
ai meu deus
ervilha says:
é melhor pararmos por aqui
José Luís says:
oral, anal, fálica, latência pau de retrosaria
José Luís says:
está mais q visto
ervilha says:
HAHAHAHA
José Luís says:
criámos uma quinta fase
José Luís says:
:D
José Luís says:
qual parar qual q
José Luís says:
agora vamos é já escrever o artuigo
José Luís says:
*artigo
ervilha says:
lol
ervilha says:
é a loucura
José Luís says:
haha
José Luís says:
Agapito & Batata descobrem nova fase do desenvolvimento psicossexual: fase pau de retrosaria!
José Luís says:
Agapito & Batata conceptualizam nova fase do desenvolvimento psicossexual: fase pau de retrosaria!
José Luís says:
asism etsá melhor
ervilha says:
sim, conceptualizam é muito mais chique
ervilha says:
e qual é a função disso?
ervilha says:
é a prender a medir as consequências! :D
ervilha says:
(não?)
ervilha says:
*aprender
José Luís says:
excelenteeeeeeeeeeeeeeeeeee
José Luís says:
linddoooooooooooooooo
José Luís says:
:D
ervilha says:
lol
ervilha says:
somos uns génios
José Luís says:
ah pois



vem um artigo científico a caminho.
não, a sério.

05 março 2006

é verdade, sim senhor

embalada pelo post do nuno markl [sim, que eu sou uma pessoa sofisticada que consulta os blogs de individualidades artísticas], decidi escrever um post sobre 'dr. house', a série recentemente estreada na tvi e que tem prendido o meu interesse. isto significa que frequentemente às quintas à noite me deito por volta das duas da manhã, apesar de prometer a todos os santinhos [e a mim] que me vou portar bem dessa vez. mas esta semana já me deitei e deixei a gravar. já só faltam 11 passos.
adiante, antes que me desvie mais. pronto, era só para dizer que gosto da série e tal. não posso dizer nada que o markl não tenha já dito.
mas isso não me impede. se bem que é verdade que os dois primeiros episódios tiveram mais impacto sobre mim do que os subsequentes, pelo que agora tenho sempre uma pequena sensação de desilusão a acompanhar-me, mas os momentos em que rio compensam. ninguém troça de um paciente como o doctor house :D
agora, o que eu gosto:
gosto do mau feitio do dr. house
gosto do facto de ele não ter sempre razão, ao contrário do que dizem
gosto de que ele goste da sua equipazinha de estagiários cromos
gosto de que ele seja boa pessoa mas não se note
gosto que não expliquem as coisinhas todas de um modo artificial, como se os médicos já formados fossem atrasados mentais, notoriamente para explicar a quem está a ver [como noutras séries *coff*csi*coff* :P ]
gosto que os comentários amargos do "médico-mau" não sejam gratuitos, apesar de constantes
pronto. só tenho pena de a estrutura da série facilmente se ter tornado previsível, ou seja, não é à primeira nem à segunda nem à terceira que eles acertam na doença.
ah, e também gosto das relações humanas entre a equipa, nomeadamente entre o doutor e a... a gaja estagiária, não me lembra o nome dela. é cameron [encontrei no google].
e pronto. este post saiu bastante m*$!doso. ainda bem que não estou a conseguir pôr os comments a funcionar.




imagem roubada






- How can you just sit there?
- Well, if I eat standing up I spill.

04 março 2006

catástrofes naturais

tenho uma afta.


pois que ouço: daniela mercury - rapunzel

01 março 2006

não há grandes novidades

ontem foram os anos da marta. mataram-se saudades, pena ficar tão longe dela na mesa.
depois, no que era suposto ser uma simples boleia para casa, acabei num local chamado 'república das bananas' a ouvir forró e axé e não sei mais como é que aquilo se chama. pela primeira vez fui abordada por um xungoso \o/ estou tão contente. pena que ele não soubesse mentir... coitadinho, deve sofrer de um défice cognitivo [ligeiro?] :(
a viagem até lá foi pautada pelo assustadoramente vasto reportório musical da sofia e da sua side-kick musical, a marisa. eu conheço aquela miúda desde os 10 anos, mas ela continua a conseguir assustar-me com as canções que sabe. meu deus.
cheguei a casa às 5h15 da manhã. praticamente inédito. sou tão rebelde. fotos quando possível.

tive 16,5 a psicofisiologia. viva eu. sou a rainha das sinapses.

num assunto completamente não-relacionado, sempre achei a paula moura pinheiro muito sexy. pronto. são coisas minhas. talvez quando fôr grande seja como ela.

já viram o teledisco novo da pink? é giro.


ah... e a notícia mais importante de todas as notícias: já conheci o sócrates! fontes próximas da vítima relatam que budi se encontra a recuperar de acentuado stress pós-traumático após ter sofrido uma tentativa de homicídio [cãozicídio?] em veículo automóvel.