a música da fúria

tenho a teoria de que toda a gente tem uma música da fúria. vá lá, não mintam. de certeza que têm uma música que gostam de ouvir quando estão furiosos, porque parece que a música vos compreende e acalma porque não se sentem sozinhos no mundo.
esta que se segue é uma das minhas músicas da fúria. também é um guilty pleasure, assim como os aerosmith em geral são, mas não consigo deixar de os achar bons :P

para além de tudo, tem uma das melhores lines de sempre, que é coisa que eu gosto sempre nas canções. coisas como:

"your attitude may taste like shit but go real good with wine"


estariam a mentir se dissessem que nunca tiveram vontade de dizer isto a alguém.





e tem o steven tyler. o avôzinho toxicómano que todos gostávamos de ter.

ouvi isto na rádio

-- melody gardot, love me like a river does


pensava que era só hype.

not of ice or of gold

the guilt machine

se há coisa a que sou vulnerável é ao sentimento de culpa. nada me prega uma rasteira tão certeira.

basta uma sugestão de culpa, vê-la ao de longe, para começar a recuar nas minhas opiniões, nas minhas crenças, no fundo no meu sentimento de justiça. para que não se zanguem comigo. e se depois deixam de gostar de mim? e se me deixam? o que é que eu faço sozinha?

a minha cabeça começa a ramificar o pensamento sobre as maneiras como sou culpada, com se de uma árvore se tratasse. eficiente e limpo. é uma omnipotência tola que me concedo.

pensar nisto e saber isto já não é mau.

tenho de arranjar um colete à prova de bala. não sei é se há à venda.

cheguei à conclusão de que é preciso celebrar as coisas boas da vida. rodear-me de coisas bonitas e boas vai ajudar-me a apreciar a vida e a suportar o que é mais difícil, é a teoria a que cheguei e que quero testar.

por isso celebrar as alegrias, as pequenas satisfações, os triunfos e talentos dos outros (e os meus?).

por isso, vou começar a usar labels no blog, para o sistematizar e para levar a sério as coisas de que gosto, que é algo que preciso de fazer.

tirar o mau do bom / epifanias

sentir que fui rejeitada pelo que sou abre-me portas. fico com todas as alternativas em aberto.

às vezes, para ser eu mesma tenho de experimentar ser outras pessoas.

correndo o risco de me repetir,

meu deus, a paula moura pinheiro é tão sexy. se eu fosse lesbiana, i'd so do her.

queridos amigos,

sei que tenho andado afastada. como possivelmente sabem, o trabalho tem-me consumido o tempo quase todo e as energias também.

a minha vida está muito alterada, e isto tem-me feito ver que vida quero ter.

não tenho escrito porque tenho andado muito cansada, mas essencialmente porque não tenho nada para dizer.

o sítio onde estou revelou-se diferente do esperado. não me arrependo de ter arriscado uma oportunidade, mas não quero continuar na vida com que estou.

tenho pensado que quero fazer mil coisas, algumas só experimentar, mas ainda quero tentar a Psicologia.

mesmo que depois descubra que não sou talhada para isso, pelo menos isso fico a saber.

portanto, quero mudar de emprego.

como podem saber - ou não - a área da psicologia clínica é muito difícil. pelo estigma e pelo preconceito associados à saúde mental, pela desvalorização no sistema nacional de saúde, pelo rio de licenciados.

não quero lamuriar-me nem pedinchar, mas vou pedir a vossa ajuda. só preciso de um empurrãozinho, de algo para começar. tenho a possibilidade de um projecto com uma colega, mas precisa de solo para assentar as raizes.

portanto, se souberem de alguma clínica (com ou sem consulta de psicologia) ou de algum espaço para alugar, avisem aqui a moi.

é só dizer. :)

alguma coisa que vejam no caminho para o trabalho, parados no trânsito ou num sítio onde calhem passar naquele dia.

informação é poder. :)

depois faz-se uns preços jeitosos para vocês. ;)