30 abril 2010

OMG, almocei em casa e não sentada num transporte público! O quê?! Hoje só trabalhei num sítio?! A Terra está prestes a girar ao contrário!




Sobremesa para almoço com mamãe - check! 
Lavar louça - Check! 
Decidir fatiota para casamento vindouro - check! 
Tratar de assunto no Portal das Finanças - Fail!(their fault)





E agora, relaxar a ver Glee, a minha nova adicção!


-- a minha cantora favorita da série

22 abril 2010

estas duas últimas semanas não estão a ser fáceis. não tenho nenhum motivo especial para o justificar. sinto-me especialmente cansada sem que a rotina se tenha alterado e sinto também que não estou a conseguir entrar numa rotina, o que é um contra-senso ao fim de um mês em que senti que tinha perfeitamente entrado na engrenagem.
no trabalho, as coisas não têm estado a correr pelo melhor. estou a substituir uma colega à pressão e sem ter sido avisada com a devida antecedência, que é das situações que mais me irritam. horários que parecem aleatórios, responsabilidades que não cumpro porque as deconhecia, colegas com má cara e eu com a mania da perseguição. sim, também é verdade que não tenho sido uma santinha, mas não acho que fosse o suficiente para fazer diferença.
chateia-me, irrita-me, zanga-me comigo mesma também a persistência da minha dificuldade em enfrentar as pessoas, o optar pela saída mais fácil e ser uma criança em vez de uma adulta. depois admiro-me por ser sempre a última a saber, mas sei que contribuo para isso.
se querem soluções, podem parar de ler aqui. este post não faz sentido e está mal escrito. nem isso consigo fazer e também me chateia.
esta manhã, em conversa, o instrutor de condução disse em brincadeira que a minha vida do dia-a-dia está planeada em papel milimétrico, e teve tragicamente razão. está tudo encaixado em blocos que encaixam ali e só ali e isto é algo que me angustia profundamente. hoje ia no autocarro a olhar insensível pela janela fora a pensar se isto seria frescura minha ou se ter uma vida confortável é um desejo legítimo que a organização social que [voluntaria ou involuntariamente] criámos tornou proscrito por ser incompatível com os 'objectivos' que é suposto cumprirmos e que me parecem ir muito além do razoável e do saudável - no limite, do produtivo, o que é irónico.
todos os dias me recrimino por ser desorganizada, diletante, por vezes preguiçosa e por fazer um bocadinho de auto-sabotagem. mas quando olho para trás sei que páro e adio e faço de conta que amanhã vou ter super-poderes que não tenho hoje porque só quero descansar um bocadinho e fingir que não tenho de me preocupar. no fundo, o que eu faço é a recusa da realidade, porque me recuso a acreditar que tenho de fazer este esforço enorme (as coisas têm a medida da vida de cada um) para conseguir tão poucochinho, que é não mais do que o normal. recuso-me a aceitar que o normal é isto. não quero ter este tipo de vida, não quero ser este tipo de pessoa, não quero ser esse tipo de pessoa para os meus filhos hipotéticos-imaginários. quero ter tempo e, mais que isso, disponibilidade para lhes explicar conceitos que ainda não têm idade para compreender mas que insistem em perguntar. quero deixá-los com vontade de saber, ao invés de desistirem de perguntar porque já sabem que não vão obter resposta porque eu não tenho paciência para pensar quando eles me perguntam alguma coisa - mas tenho quando o meu chefe telefona a perguntar coisas fora de contexto fora do meu horário de trabalho.
este texto está tão foleiro, meu deus. parece que já nem sei escrever em português. mas o meu inglês também não é assim tão bom. é só angústia.

sinto-me desiludida por desistir de pequenas coisas todos os dias, o que me provoca a sensação de nunca ser a pessoa que quero ser e sentir-me [quase] sempre desconfortável na minha própria pele em nome do mais simples, lógico, confortável ou prático. tudo tem de ser prático. tudo tem de ser o mínimo possível e o mínimo tem-se tornado muito cansativo, ultimamente.

em resumo, e por ridículo que isto seja, não gosto de ter de arranjar um horário para pintar as unhas quer me apeteça ou não. e depois claro que não me apetece, porque é obrigada. e depois zango-me porque sei que tiham ficado mais bonitas e que isso até me ia fazer sentir mais bonita e só vou voltar a ter tempo daí a uma semana.

... preciso de tempo para respirar.


entretanto, aconteceu-me uma coisa engraçada. um filme que uma amiga me... disponibilizou... pensei que tinha saído há muito tempo, porque não sabia que existia. descobri então que estreou na passada quinta-feira (oops), o que me deixou a sentir muito avançada e moderna e actualizada, para compensar o real atraso que tenho no que diz respeito a filmes / música / artistas dos dois últimos anos.
lá me dispus a ver a cena porque tem a ver com um livro que ando a ler e que já tinha pensado «por que é ainda ninguém se lembrou de fazer um filme disto?! merece!». o filme é Dorian Gray, baseado no livro de Oscar Wilde "O Retrato de Dorian Gray"
ainda nem vou a meio do livro e infelizmente não estou a ler a obra em Inglês, mas posso dizer que o filme fica muito atrás do livro. a história foi adulterada em aspectos que considero muito importantes ainda que não espalhafatosos. falta o ambiente geral em que se desenrola a história: no livro, Dorian Gray é um jovem muito mais inocente e reticente do que no filme, em que é retratado quase como um campónio na cidade grande, coisa que não acontece em parte nenhuma da obra literária. tenho pena de dizer que o filme tornou a história mais básica para ser mais fácil de contar, o que  desafortunadamente também a tornou mais previsível. há partes do enredo que foram simplesmente obliteradas e outras que foram acrescentadas só porque sim. a personagem de Dorian tem falta de profundidade e a de Lord Wotton é caricatural e fácil - parece que já vimos aquela personagem numa série de outros filmes, apesar de Colin Firth ter alturas em que está bem com o underacting. o pintor Basil Hallward mal existe, o que é estranhíssimo tendo em conta dois factores: 1) ele contribui sem saber e ainda que de maneira discreta para a tensão que acompanha toda a história ; 2) desenrolam-se acontecimentos mais à frente que justificavam a sua presença mais... insistente.
as cenas de sexo são giras e até imaginativas, mas chega a uma altura em que enjoam. não acrescentam nada à história, já percebemos.
o quadro, peça central da história, foi trazido à vida (isto existe?) de uma maneira muito triste, como se de algo sobrenatural se tratasse, quando, a meu ver, no livro não é nada disso que se pretende. a mudança do quadro - e não vou acrescentar mais para não estragar a quem quiser ler o livro - é assustadora porque é real, simplesmente enigmática.
há um verdadeiro twist na história - ainda não cheguei a essa parte no livro, mas espero que seja verdade - , com a bonita Rebecca Hall, de Vicky Cristina Barcelona, a fazer um impressionante sotaque britânico.

e pronto, é isto. 
voltamos a falar quando eu tiver alguma coisa para dizer.

18 abril 2010

a infância é para levar a sério

esta manhã fui à Ilustrarte (último dia!) e foi óptimo, como sempre. fiquei orgulhosa por não ter desistido apesar do tempo feio, do meu humor de domingo de manhã e de não ter companhia.

não vou alongar-me sobre o assunto, mas adoro ver a ilustração para livros infantis ser levada a sério e como arte. tratar as crianças como inteligentes e dar-lhes a apreciar algo estético, por oposição a apenas aparvalhado, nem que seja só para os adultos que lhes compram/lêem/oferecem os livros.

fiquei apaixonada por alguns ilustradores, como Wolf Erlbruch, que deve ser importante, pois tinha uma secção dedicada só a ele. como explicar? para além de as histórias que ilustra serem geniais, desenha a morte mais fofinha de sempre: a Morte anda de camisa de dormir e dá as mãos a um pato. esta ilustração não é o melhor exemplo, mas a personagem aparece noutras histórias, como «A Grande Questão», em que uma criança indaga porque é que está no mundo, e é insuperável.




loves.

17 abril 2010

não tenho 40 anos mas concordo


Os kidadults

Este ano faço 40 anos. Para mim a palavra obrar significa fazer cocó, mais nada. Não tenho um único amigo que considere um obreiro, um esforçado, um empreendedor, acho a minha geração uma caca de geração sem força. Um achismo como qualquer outro, sujeito ao vosso juízo, mas esta gaja hoje tá parva? Estou. Devo estar. E também estou a passar por uma segunda adolescência brava e só vejo malucos e maluquice à minha volta, vamos lá a acordar ou andamos todos aqui aparvalhados da fluoxetina? Indo um bocado mais longe, acho que somos todos uma cambada de fodidinhos da cabeça. Eu sei que isto não é bonito de se dizer, mas deixem lá a cerimónia e o respeito um bocadinho e oiçam. A nós venderam-nos gato por lebre, umas ideias malucas, malucas, malucas. Em 1982 isto ia ser tudo paletes de felicidade e esperança e guito, guito, muito guito a entrar pelas fronteiras e pelas estradas, guito que hoje não há a recompensar trabalho que também não há. O meu pai até comprou um Citroen GSA Pallas que subia a carroçaria quando se ligava. Um luxo, acreditei que quando chegasse a minha altura o meu carro ia voar. O meu carro hoje não voa, mas também não fui eu que o comprei. Herdei-o. A minha tia, da geração anterior à minha e que se fartou de bulir, morreu, em seis meses, com um câncer. Hoje um engenheiro recém formado no Rio ganha três vezes mais que o parvo do Tuga explorado. Isto é uma desgraça um paisinho de merda. Como é uma desgraça vivermos quase todos com mil euros por mês, depois de nos terem enchido os ouvidos com inanidades deste calibre, Mónica Maria, homens e mulheres são iguais, aprende e vive com isto. Onde é que já se viu tamanha palermice? Só na cabeça dos nossos pais. Perguntem a um norueguês, hoje com 40 anos, o tipo de mulher que esta brincadeira produziu. E ele mostrar-lhes-á uma mulher-homem que não sabe ser mulher-mulher, toda tonta e com carta de pesados. Foi-nos vendido um sonho de consumo totalmente irreal criaram em nós expectativas, que agora, chegados aos quarenta, estamos fartos de saber que não podem ser realizadas, esta merda não está a bater certo para quem cresceu a ver os desenhos animados búlgaros, do Vasco Granja, nem para quem aprendeu a votar, de braço no ar, as tropelias dos amigos, no Externato Fernão Mendes Pinto. Somos uns meninos mimados, os filhos do centrão e dos centros comerciais maiores da Europa, das viagens a Espanha no Verão, sem ter que passar pelas apalpadeiras na fronteira do Caia, os meninos que viram aparecer as primeiras televisões a cores, os primeiros vídeos e aquelas iogurteiras que ao fim de um mês perdiam o uso porque faziam os piores iogurtes do mundo. Não, talvez o pior fosse aquele que crescia de uma nhanha de uma planta romena, em tipo fungo. Também comi. E agora gosto de homens com barba de três dias e só me sinto bem quando faço bigodinhos de Hitler, na depilação. Tive sempre bolachas em casa, queijo flamengo, Nesquick, papa Cerelac, Pensal de Chocolate e Nestum Figos e Mel. Tomei óleo de fígado de bacalhau, tinha discos do Sérgio Godinho, do Chico Buarque, dos Bee Gees e do Fernão Capelo Gaivota. Bebia Coca Cola, jogava ténis no CIF e tinha semanada. Os meus pais foram disfuncionais q.b., mas ainda falo com eles e gosto dos dois, usei farda no colégio, meias azuis escuras até ao joelho lolita sexy, andei muito com saias kilt que picavam e de gola alta, igualzinha ao meu irmão. Aprendi a viver no meio, na zona cinzenta, à espera que tudo viesse ter comigo. E vem. A gente esforça-se mas esforça-se pouco. A gente luta, mas luta pouco, a gente quer tudo, porque sempre tivemos tudo, mas não temos os guts. Estamos cansados do sonho da treta europeia, queremos ser fazendeiros no Facebook, usar cuecas boxer do Scoobie Doo, comprar uns All Star amarelos aos 39 anos e que nos deixem em paz, adulthood as lost its appeal. Antigamente as pessoas queriam crescer e sair de casa e casavam com energúmenos e energúmenas só por causa disso. Hoje já ninguém quer ser policia ou bombeiro. Muito menos tem vontade de casar ou sequer acreditar que o amor pode vir com o tempo e em formas desconhecidas e nem sempre imediatamente compensadoras. Quando tinha quinze anos li, em casa da minha melhor amiga, na revista Sputnik, que uma camponesa da parvónia russa se estudasse, poderia transformar-se numa grande astronauta. Faço tudo para voltar a acreditar numa merda destas. Por falar nisso, Teresa, eu perdia à Canasta e ao King só para tu não amuares.


- por Mónica Marques, no Sushi Leblon, o blog da diáspora blasée

dou-vos música

ainda não estou com inspiração nem tempo para fazer um post sobre o que tem acontecido na minha vida nos últimos meses, por isso deixo-vos com música até ver.

estas são duas das que têm andado na minha cabeça ultimamente.

a primeira é do samuel úria, só descobri recentemente depois de andar a ouvir na rádio. pelos visto gosto de coisinhas da moda sem saber. a letra é muito boa, por isso ponho a seguir.


-- samuel úria, teimoso

Eu nunca fui do prog-rock,
Eu já nasci depois do PREC
Tarde demais para o proto-punk,
Branco demais para ser do rap.

Eu nunca fui do prog-rock,
Sou neo-retro-redneck.
Nasci num antro só de Enters,
Já nem sei carregar num Rec.

Eu nunca fui do prog-rock,
Só se o prog-rock for o Beck.
Nasci quando o Bob renasceu
E o Tom gravou o Heartattack.

Eu nunca fui do prog-rock,
Já nem sei carregar num Rec.
Rewind-core para os meus ouvidos,
Fast-forwards fora do meu leque.

Teimoso que nem um moleque!


a próxima é david fonseca, é muito orelhuda, o vídeo é muito bom e o fonseca prova que os olhos castanhos também podem ser sexy. oh yeah.



-- david fonseca, stop 4 a minute

oldies but goodies



não é novidade nenhuma, é das primeiras coisas dela, mas foi também a primeira que conheci e continua a ser uma das minhas favoritas.

little britain

depois de muito tempo a evitar a estação de metro do marquês de pombal, ela, com o seu vortex espacio-temporal e o seu magnetismo sapiente, fez com que eu lá voltasse hoje, para testemunhar algo de importante.

portugal - o metro de lisboa - ou talvez só a estação do marquês de pombal, já tem o seu próprio 'mind the gap': "atenção ao espaço entre o cais e o combóio". 

como se faz lá fora.

16 abril 2010

Hoje, como quase todos os dias, ao chegar à escola, para ir buscar os meus filhos, dou comigo a pensar que é um milagre não ter um acidente por adormecer ao volante. Invariavelmente o sono instala-se e sei que vou a conduzir no limite da vigilia.
E isto é constante, embora às vezes o sinta de forma mais forte e outras menos. Conclusão: quando estou com os meus filhos, eles já me apanham numa fase do dia em que estou francamente em perda, com menos paciência e dando menos atenção do que eles "pedem", o que é injusto...para todos.
Depois fica a ideia de que esta vida que levamos tem de ter algum problema na forma como a regulamos, porque a verdade é que o corpo nos pede mais descanso. E acredito que isto é geral, não tem só a ver com o meu horário muito matinal e que depois se estende pelo dia fora. Hoje comecei a trabalhar às 7 e saí pelas 17, não almoçando como deve ser, sequer. Há gente que trabalha muitas mais horas e com muito mais sacrifício e eu só posso admirar a forma como se aguentam à bronca, sinceramente.
Acho que realmente, há qualquer coisa aqui que não bate certo, e que andamos todos a perder qualidade de vida, em nome não sei bem de quê.
O que eu sei é que todos os dias se abate esta soneira pesada sobre o final de tarde, e que, depois de um dia intenso, trabalhoso e de rotinas mais ou menos repetitivas, uma pessoa fica a pensar que os dias não são isso tudo que deveriam ser, e que a responsabilidade é nossa.

-- via dias úteis

15 abril 2010

mood of the day/week :




-- eleanor rigby, the beatles

13 abril 2010

é só pávisar que a partir de agora vou começar a pôr aqui também as coisas relevantes que puser no twitter. dá assim uma dinâmica de actualização. 

é pa não se admirarem da repetição (e não se queixarem). 

death and taxes

acabada de submeter a declaração de IRS, pergunto-me o que é que eu achava de tão bom em ser adulto quando era pequena.

12 abril 2010

meus queridos,

quero actualizar o blog, mas não tenho tido tempo nem cabeça para o fazer. deixo-vos música: